Pelo menos em algum momento da sua vida, o nome Paulo Baier passou por seus ouvidos. É algo transcendental. O nível de pertencimento do sujeito ao objeto é subversivo no universo de Baier. O futebol Brasileiro o pertenceu, utilizou-se dele. Vestir 14 camisas no território nacional, ser campeão de incontáveis torneios e ter anotado 96 gols em Campeonatos Brasileiros, ter a honraria de ser o segundo maior jogador nesse quesito, não é coisa de meros futebolistas. Baier foi mais. Foi Paulo César, lateral direito no interior do Rio Grande do Sul. Foi Paulo César Baier na contenção das meia chancas no Sudeste. Foi Paulo Baier, camisa 10 pelo país todo, batedor de faltas temido por qualquer torcedor rival. Ou vai haver um Palmeirense sequer que não tenha sofrido nas quartas de final da Copa do Brasil em 2013? Paulo Baier era desses personagens caricatos que de tão temidos, eram celebrados. Pitoresco por excelência, construiu uma carreira de intenso sucesso, de respeito, de glórias. Um atleta íntegro, sério e muito profissional. Tornou-se um patrimônio do futebol, um coqueluche da zoeira, um ícone. Jogou para além da idade padrão, rompeu a barreira dos 40 anos, rompeu defesas e goleiros. Rompeu o ordinário. Obrigado, Paulo. Pelos sofrimentos que você causou aos nossos times, pelos gols que fez com nossas camisas, pelas pontuações que fizemos no Cartola FC com você. Pelos memes, pelas brincadeiras. Por essa história sensacional que agora teve seu ponto final. Boa aposentadoria. Volte logo. O futebol precisa de caras como você.

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