“Croácia é uma terra bonita, com 1200 ilhas, oito parques nacionais e pessoas maravilhosas! A população é pequena. 4 milhões, como Itaquera. Você deveria ver como os croatas são!”

Com orgulho, o nosso amigo croata descreveu sua terra.

Recentemente, uma chuva de conteúdo ligando a Croácia, finalista da Copa do Mundo, com um país nazista, não agrada nada quem vive no país. O Linha Esportiva conversou com um croata, que nos contou um pouco sobre o que rola no país quando esse tipo de ligação ocorre.

Zeljko Pavlovic ficou conhecido no Brasil após uma matéria do canal fechado SporTV, na qual ele é mostrado como dono de um bar dedicado ao Corinthians em Zagreb, na capital do país finalista da Copa. Ele nos conta que quer explicar sobre uma situação que já foi muitas vezes questionado: o nazismo em terras croatas.

Ele lamenta que esta imagem tenha ganhado força na época em que o futebol croata passa pelo momento mais importante da sua história: “No maior momento de sucesso da história da Croácia, temos que falar sobre nazis. Nazistas se foram há 73 anos e não existem mais, graças a Deus.

A Croácia é um país lindo, com 95% dos católicos odeiam o racismo. Além de possuir mais de seis mil estátuas anti-nazistas. Definitivamente, não merecemos ser chamados assim (de nazistas) por ninguém.”, nos contou em tom de desabafo.

E eu não pensava que em 2018 teríamos que falar sobre estas coisas. A Segunda Guerra terminou em 1945”, complementou.

Flor de Pedra, uma das estátuas anti-nazistas na Croácia (foto/reprodução: internet)

Esta estátua é a estátua Flor de Pedra. Ela foi feita em 1966 e fica em Jasenovac. A região era um campo de concentração da Alemanha nazista, que tinha ligações com o governo croata. Mais de 800 mil pesosas foram mortas na região. É a maior estátua em toda a área que pertencia à antiga Iugoslávia.

O site Diário Catarinense publicou uma entrevista com uma brasileira que mora no país. Ela conta que os croatas são receptivos e calorosos com os estrangeiros, mas que também são orgulhosos de sua terra.

O orgulho pela sua terra, que se confunde com um extremismo foi um problema. “Infelizmente, tivemos grupos extremistas, mas ninguém deu atenção a isso, porque entre 1991 e 1995 tivemos duas guerras para nossa independência.”, declarou Pavlovic.

Recentemente, a Croácia “ganhou” esse tipo de cunho no noticiário, devido às declarações do zagueiro Demagoj Vida. Que se desculpou por ter feito gritos pró-Ucrânia em solo russo (pra quem não sabe, há uma tensão política entre os países, que são proibidos de jogarem um contra o outro competições de clubes da UEFA).

Sobre isto, Pavlovic opinou: “Vida jogou cinco temporadas na Ucrânia. Lá é a segunda terra dele e é uma área muito turbulenta.”

Pavlovic está em solo russo para ver a Copa e seu país podendo ser campeão do mundo (Foto: arquivo pessoal)

Por fim, nosso entrevistado se mostrou grato e disse: “Obrigado. Eu amo o Brasil. É minha segunda casa!”

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