Quando despontou para o mundo do futebol, conquistando a UEFA Champions League com o Porto em 2004, José Mourinho surgiu como um dos mais promissores treinadores da atualidade. Longe de ser um gênio que revolucionaria o esporte, como Pep Guardiola, mas um profissional capaz de montar equipes competitivas e extremamente vencedoras.

José Mourinho sempre foi muito criticado pelo seu estilo de jogo baseado na forte defesa, com compactação entre as linhas defensivas e uma saída mortal no contra ataque, fazendo com que seus times sempre fossem verticais e letais para marcar gols. É um treinador que nunca se importou com o jogo bonito, mas sim pela busca do resultado. O jogo mais emblemático da carreira de Mourinho até hoje foi na volta das semifinais da Champions da temporada 2009-2010 quando, dirigindo a Inter de Milão, o português armou uma forte retranca para segurar o Barcelona no Camp Nou após vencer o jogo de ida por 3 a 1 e avançar a final do torneio, do qual seria campeão batendo o Bayern de Munique.

Após primeiros anos de carreira extremamente vencedores, mesmo com um estilo de jogo não muito agradável à torcida e à imprensa, José Mourinho já começava a mostrar sinal de queda há alguns anos. Após passagem razoável pelo Real Madrid, com a conquista de um Campeonato Espanhol, uma Copa do Rei e uma Supercopa da Espanha, o treinador retornou ao Chelsea na temporada 2013-2014 e faturou mais um Campeonato Inglês, mas problemas de relacionamento com o elenco e uma queda vertiginosa de produção do time levaram a sua saída prematura na temporada seguinte.

Em maio de 2016 Mourinho realizou um de seus grandes objetivos profissionais: dirigir o Manchester United e substituir a lenda Alex Ferguson. A primeira temporada foi até satisfatória, com a conquista da Copa da Liga e da Liga Europa. Já na atual temporada o trabalho deixa a desejar. O time até é vice-líder do campeonato, mas está 16 pontos atrás do líder e sensação Manchester City, foi eliminado em casa com derrota na Liga dos Campeões pelo Sevilla, time médio da Espanha, e da Copa da Liga Inglesa pelo Bristol City, da segunda divisão.

O português sofre com as críticas como nunca. O jogo da retranca e pelo resultado se tornou a única arma de um elenco poderoso, que tem Pogba, Mata e Lukaku para jogar. Mourinho não tem mais vergonha de estacionar o ônibus na defesa e buscar o resultado a qualquer custo, seja fora de casa contra o Manchester City ou em casa contra o Bunley. Fora de campo, coleciona declarações polêmicas contra a arbitragem e solta frases de efeito para desviar o foco dos maus resultados.

Aquele treinador promissor, que há 15 anos surpreendeu o mundo levando o Porto à conquista de uma Champions League hoje se perdeu em um personagem arrogante e um técnico retranqueiro. Se não fizer uma reflexão e rever seus conceitos, José Mourinho pode entrar rapidamente na galeria dos técnicos ultrapassados.

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