Sábado. 27 de Agosto de 2016. 11h da manhã. CCT do São Paulo, na Barra Funda. Cerca de 500 pessoas pertencentes a uma facção (des)organizada do clube paulista invadem as instalações do centro de treinamento para que agredissem jogadores, furtassem materiais, ostentassem gritos de ordem, instaurassem o pânico e amedrontassem todos os integrantes do clube, de jogadores a funcionários de menor expressão salarial.
Chegando ao ápice com as agressões físicas a três atletas: Wesley, meio campista; Michel Bastos, da mesma posição, e Carlinhos, lateral esquerdo. Essa foi mais uma manhã em um clube de futebol do Brasil, o país de uma geração impunemente mimada.
Os torcedores do tricolor paulista vem vivendo um 2016 conturbado, com momentos de grande alta, de enormes baixas. Um campeonato paulista horroroso, com a acachapante eliminação diante do pouco conhecido Audax. Uma libertadores surpreendente, com a conquista da vaga nos playoffs conquistada na ultima rodada, em uma peleja histórica, na altitude, campanha esta que culminou em uma semifinal dura contra o futuro campeão. Motivo de orgulho aos aficcionados.
Após o adeus à Copa, o São Paulo perdeu boa parte de suas melhores peças, incluindo o treinador. Nada de anormal, afinal, chamaram a atenção pelo bom futebol que apresentaram. Em reconstrução, o time sofre. Não alcança resultados interessantes, sofre vexames diante de clubes como o Juventude, que disputa a série C. Em tese, o momento em que o torcedor que lotava o Morumbi dizendo-se o mais presente, o mais leal, deveria novamente correr ao lado dos seus, tentando refazer o clube. Deveria.
Fique claro aqui, esse não é um protesto contra a maior parte, e boa parte, da massa tricolor, mas é direcionada às famigeradas organizadas, à Independente e companhia. Bons para comemorar, mas não servem para sofrer? Belo exemplo. Não há motivo na face da terra que justifique a perda da razão e a interferência na vida alheia, não há mau resultado algum que autorize uma agressão. E se você, leitor, acha natural uma “cobrança” dessa maneira? Pare sua leitura, vá refletir, você está apoiando bandidos, marginais que estão acostumados a fazer destas práticas e saírem impunes. Autoridades, tomem direito, ajam. Vocês foram avisados previamente e não agiram da forma devida. Essa história é uma tragédia, do início ao fim.