Temos um problema debaixo dos olhos e insistimos, quase que de forma cruel, em renegar. As nossas meninas estão em fase preparatória para os Jogos Olímpicos que acontecem em poucos dias, elas carregam consigo o peso de vencer dentro de casa, mas e nós, será que estamos fazendo nosso papel de torcedor da forma correta? E nós, da imprensa, estamos?

Na tarde deste sábado, elas entraram em campo e venceram a boa esquadra Australiana, se apresentaram de forma muito significativa, você sabia? Então, a maioria dos torcedores não sabem, a imprensa preferiu falar das polêmicas do campeonato brasileiro dos homens. Mas, daqui a alguns dias, todos nós estaremos de armas apontadas para o primeiro mau jogo delas (espero muito que não ocorra), prontos para criticarmos.

A velha história de renegar a luta para consumir os luxos. Ser torcedor de olimpíada, ser jornalista de olimpíada é um ponto alto, é uma tarefa fácil, o que é um tanto natural, mas a consciência de que nossa bagagem não nos autoriza a impor depreciações porque não sofremos juntos é imprescindível. Elas não merecem qualquer palavra além de incentivo.

Elas vivem no esporte preferido do brasileiro, no país dele, mas precisam viajar o mundo para ter emprego, precisam mendigar um clube, precisam jogar para públicos que não existem, muitas vezes. A Olimpíada tem de ser o oposto, e será, mas é a nossa obrigação, enquanto jornalista ou torcedor, de dar carinho e atenção, o que elas nunca recebem. De críticas, elas estão de saco cheio.

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