Alexandre Pato chegou ao Corinthians com o status de craque que apenas não vingou por conta das lesões. Saiu do Milan com choradeira por parte de mídia e torcida italiana, que ainda tinha esperanças de que Pato fosse o jogador que todos esperávamos quando surgiu no Internacional. O Timão, confiando em seu renomado departamento médico, apostou suas fichas – e sua grana – no jogador: 40 milhões de reais, a contratação mais cara da história do clube, além de 800 mil reais por mês de salário por 4 anos. Investimento alto, mas em um craque em potencial. Investimento que não teve retorno algum.

Pato chegou no clube logo após a conquista do título mundial, encontrando ali uma equipe confiante e entrosada. Mesmo sendo o jogador caro e badalado que era, deveria saber que Tite e seu método do “merecimento” iria dar continuidade no trabalho com os campeões mundiais e iria colocando aos poucos o jogador. E o problema começou aí. Pato, como birra de uma criança mimada que não tem seu brinquedo, começou a ficar impaciente com os seguidos jogos no banco. E a torcida ia na dele: “Tem que colocar pra jogar mais”, “Ainda não jogou nada porque só entra faltando 20 minutos”, diziam alguns. A oportunidade começou a chegar e o jogador continuava a jogar mal. Pior: parecia indiferente quando perdia algum gol ou seu time saía derrotado, sendo a maior mostra naquele fatídico jogo contra o Boca Juniors, quando o atacante desperdiçou uma chance debaixo do gol, sem goleiro. O torcedor corintiano começou a não se sentir representado em campo por Alexandre Pato e aí veio o estopim: o pênalti contra o Grêmio. Em cima do Dida ainda por cima. Ali, companheiros de equipe quiseram agredir o atacante, como revelou Fábio Santos e o técnico Tite o chamou de moleque irresponsável, como revelou a jornalista Camila Mattoso na biografia do treinador. Não havia mais clima para ficar no clube.

A reação de pato após o pênalti perdido contra o Grêmio. Foi a gota d'água. Foto: Vinicius Costa/Agência Estado

A reação de pato após o pênalti perdido contra o Grêmio. Foi a gota d’água. Foto: Vinicius Costa/Agência Estado

Pato foi então emprestado ao São Paulo, em troca que mandou Jadson para o Corinthians e com o clube do Parque São Jorge pagando metade do seu salário. Lá, o clima mudou e o jogador parecia mais adaptado ao ambiente no Tricolor Paulista, além de se identificar mais com a torcida. E ao invés de o jogador ir trabalhando mais quieto, na dele e reconquistando seu espaço no cenário do futebol nacional como um ótimo jogador, Pato foi acumulando polêmicas com o “ex-atual” clube. Deu declarações falando mal do Corinthians, sendo a mais grave delas uma “zoação” ao clube após uma vitória do São Paulo em cima do maior rival. Pato parecia se esquecer que estava apenas emprestado e que, um dia, iria voltar ao Corinthians, inevitavelmente.

Mesmo tendo desempenho melhor no Tricolor, Alexandre Pato não mostrou tudo que se esperava de seu potencial. Sem lesões, nem problemas físicos, o jogador não foi o atacante insinuante, goleador e decisivo que se esperava. Tanto que não chamou atenção na Europa para uma possível revenda, desesperando dirigentes corintianos, ávidos por uma diminuição do prejuízo causado pela contratação do jogador.

Após muito tempo e especulações, Pato foi parar no Chelsea, onde pouco jogou. Voltou ao Corinthians em junho e sempre demonstrou desinteresse em vestir de novo a camisa corintiana. Finalmente, chegou um comprador, o Villarreal da Espanha, que pagou apenas 3 milhões de euros (quase 11 milhões de reais). Com contrato acabando no final do ano e sendo uma aposta da equipe espanhola que disputará a Champions League, até que foi um negócio bom pelo ponto de vista do Timão. Ainda assim, o maior fracasso da história do clube e não apenas em termos financeiros.

pato comemora seu único gol pelo Chelsea. Sem oportunidades, jogador não foi valorizado e voltou ainda mais em decadência para o Corinthians. Foto: Mirror

pato comemora seu único gol pelo Chelsea. Sem oportunidades, jogador não foi valorizado e voltou ainda mais em decadência para o Corinthians. Foto: Mirror

Alexandre Pato foi simplesmente um jogador medíocre vestindo o manto alvinegro e a pior contratação da história, em custo-benefício. Nunca mostrou dignidade enquanto esteve em campo pelo Corinthians e pareceu fazer de tudo para prejudicar o clube quando ficou iminente a sua saída. Se ficasse e jogasse – como muitos torcedores pediam em redes sociais, parecendo ter memória curta – poderia ter o futebol de Messi (que não tem), mas mesmo assim não seria bem vindo para jogar em Itaquera. Adeus, Alexandre Pato. Já vai tarde.

(Com colaboração de Mauricio Scarabello)

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