Finalmente! Após quatro meses de futebol em 2017, começa neste final de semana o Campeonato Brasileiro. Serão 38 rodadas até o dia 03 de dezembro em pontos corridos, sistema que vigora no Brasil desde 2003. Com os estaduais encerrados e os campeões conhecidos, outras competições em andamento, como Copa Libertadores, Copa Sul-Americana e Copa do Brasil,  e considerando o potencial que os times apresentaram até aqui já é possível ter uma noção de quem são os principais favoritos a erguer a taça e também chorar o rebaixamento para a Série B ao final da competição.

Na ponta da tabela o cenário não é muito diferente de 2016. Atual campeão, o Palmeiras surge como forte favorito ao bicampeonato. A grande esperança alviverde é a volta de Cuca ao comando técnico e que, com ele, o desempenho da equipe melhore e os jogadores voltem a render individualmente o que não rendiam com Eduardo Baptista. A readaptação ao trabalho e aos conceitos do novo-velho treinador, que tem um time na mão com peças diferentes e importantes do ano passado, pode ser imediata ou mais demorada custando alguns tropeços ao Alviverde.

Terceiro colocado em 2016, o Flamengo entra mais forte para a disputa do título dessa temporada. Com um elenco incorpado, o técnico Zé Ricardo, há um ano no comando, vem armando um time muito bem organizado em campo, que trás o entrosamento de estar jogando há um bom tempo junto e variações de jogo, como os laterais Trauco e Rodinei atuando na segunda linha como alas. Outro ponto que pode pesar a favor dos cariocas é a possibilidade de mandar as partidas no Maracanã, já que em 2016 o Flamengo atuou como mandante em várias cidades pelo Brasil devido às obras para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Por fim, o terceiro favorito ao título é o Atlético Mineiro. O grande desafio para o Galo será se adaptar ao estilo  do técnico Roger Machado, que prega a posse de bola e o controle de jogo, ao contrário do “Galo Doido” de futebol vertical e ofensivo que leva e toma muitos gols, característica do futebol do time mineiro nos trabalhos recentes dos técnicos Cuca, Levir Culpi e Marcelo Oliveira. Para erguer a taça, o Galo conta com a fase artilheira de Fred e a experiência de Robinho, além do suporte de jogadores de bom nível técnico como Cazares e Otero.

Abaixo da briga pelo título, o objetivo é a vaga na Libertadores da América, que desde o ano passado mudou de G4 para G6. Como concorrentes ao G6 aparecem, além dos candidatos ao título, Cruzeiro, Santos, Corinthians, Fluminense, Grêmio e São Paulo. O Cruzeiro começou a formar um bom elenco em 2016 e concluiu a formação em 2017, com a aquisição do experiente meia Thiago Neves. Entretanto, não apresentou bom futebol no início do ano contra os principais adversários e vive um princípio de crise após a vexatória eliminação para o Nacional do Paraguai na Copa Sul-Americana e as declarações polêmicas de Mano Menezes. Aparar as arestas será necessário para uma boa campanha no Brasileirão.

O Santos, que brigou pelo título em 2016, sofre com a queda de rendimento técnico de Ricardo Oliveira e Renato, a inconstância de Lucas Lima e a falta de resposta positiva dos reforços contratados no início deste ano. Campeão paulista, o Corinthians tem um bom time titular e que não sofre na defesa, mas a falta de elenco deve pesar em uma possível busca pelo título. No Rio, o Fluminense tem um time que joga ofensivo e bonito sob o comando de Abel Braga, mas cheio de garotos. Driblar a inexperiência será o desafio para fazer uma boa campanha.

O São Paulo vive um momento de incertezas após três eliminações em mata matas, com questionamentos sobre o temperamento do novato técnico Rogério Ceni e sua proposta de jogo ofensiva. Entretanto, o elenco é bom e a luta pela Libertadores é um objetivo alcançável. No Sul, o Grêmio perdeu peças importantes em relação ao time de 2016, como Walace, negociado, e Douglas, gravemente contundido.  Já Botafogo e Atlético Paranaense, que ficaram em quinto e sexto lugares no ano passado, correm por fora na disputa pela vaga à Libertadores de 2018.

Do outro lado da tabela, a briga é para ver quem são as quatro equipes que serão rebaixadas à Série B do ano que vem. O único dos 12 principais clubes do Brasil que deve sofrer com o fantasma do rebaixamento em 2017 é o Vasco, que volta à elite. O Cruzmaltino não começou bem a temporada, foi eliminado da Copa do Brasil e já trocou de técnico. A esperança dos torcedores é que as pequenas melhoras de desempenho já apresentadas sob o comando de Milton Mendes na reta final do Campeonato Carioca e o tempo para trabalhar antes do início do Brasileirão façam com que o Vasco tenha uma campanha digna e evite um novo vexame que seria mais um rebaixamento logo no retorno à primeira divisão. Além do Gigante da Colina, Avaí e Atlético Goianiense, recém promovidos da Série B, e a Chapecoense, em reconstrução depois da tragédia, aparecem como fortes candidatos à queda.

Por fim, aparecem as equipes que devem ficar entre o 10º e o 16º lugares, não tendo fôlego para disputar as vagas na Libertadores mas também com rendimento suficiente para não serem rebaixados. Devem ser os casos de Ponte Preta e Sport, times hoje consolidados na Primeira Divisão. Também deve ser o objetivo do Coritiba, que vem flertando com o rebaixamento nos últimos anos, e dos baianos Bahia e Vitória.

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