Kasper Schmeichel talvez tenha sido o principal herói da classificação do Leicester para as quartas de final da Champions League. O goleiro do time inglês até poderia ser vilão. Ao final do jogo saiu, na imaginação dos torcedores, com capa e coroa de rei.

Não é fora de série como seu pai, Peter, ídolo do Manchester United. Foi tão decisivo que chegou a lembrar, pelo menos em uma noite, atuações de seu maior espelho dentro do futebol. Não há como compará-los.

Um foi gênio. Outro é bom goleiro. Um foi fora de série. Outro é bom goleiro. Um foi ídolo. Outro é bom goleiro… e vem se firmando no coração dos Foxes.

Peter estava nas arquibancadas vendo o filhote jogar. E aí os deuses do futebol resolveram agir e fizeram com que Kasper tivesse uma atuação de pai. Uma noite de Peter. Uma história de glória. Um dia de Schmeichel.

O arqueiro salvou o jogo quando o placar ainda não havia saído do zero. Cara a cara, fez uma difícil e essencial defesa. Assim como foi essencial contar com a sorte na segunda etapa quando não podia alcançar a bola e ela explodiu na trave. Da mesma forma em que quase foi vilão ao cometer, já no fim, um pênalti.

Só que a noite era dele. Foi coroado por uma defesa – nem tão difícil assim – que garantiu a inédita, improvável e (considerada) impossível classificação de um time que pulsa em campo.

Pulsa no ritmo de sua fanática torcida que nunca deve ter ouvido Charlie Brown Jr para saber que o impossível é só questão de opinião.

Torcida esta que não quer nem saber se é Kasper ou Peter. Para eles é apenas Schmeichel, o herói dos Foxes.

A atuação de Kasper foi tão providencial na partida de volta das oitavas de final que até esqueci de dizer que a vitória foi, por 2 a 0, diante do Sevilla. Os espanhóis fizeram 2 a 1 em casa e não conseguiram segurar a vantagem na Inglaterra.

Leicester e Sevilla teve cara de Libertadores e, talvez, isso me faça olhar de uma maneira diferente para a Champions. Não há como discutir que o feito do Barcelona foi fora de série contra o PSG. É claro que foi. Mas não me convenceu.

Os espanhóis fizeram muito mais que o Leicester para se classificarem. Contaram até com mãozinha do juiz. PSG tinha vantagem astronômica, mas os astros do clube catalão seriam titulares na maioria dos times do mundo. Diferente dos do Leicester. Quase nenhum teria vaga na equipe do Barça. Nem mesmo na do humilhado PSG.

É por isso que o Leicester me convence e o Barcelona não.

O impossível ainda não acabou para os ingleses. Se no ano passado foram surpresa e venceram a Premier League, não custa sonhar em levantar o principal caneco europeu.

Nos sonhos o impossível não existe. É possível realizar tudo que se imagina.

Continue sonhando, Leicester!

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