Já escrevi por aqui que fé, religião e amor por futebol caminham juntos. Seja no momento de superstição antes de um jogo decisivo ou até mesmo na hora de fazer algum tipo de promessa para ver uma vitória de seu time. E se há quem pode se vangloriar por ter desejos atendidos de maneira mística, esse alguém é o torcedor do San Lorenzo.

Não é a primeira vez que falo disso por aqui. Descrevi, há algum tempo, o milagre de Francisco, que desde o momento em que foi eleito papa, viu seu clube do coração – que havia acabado de escapar de um rebaixamento – ser campeão da Argentina e ficar com o, inédito, caneco da Libertadores.

E a crença de que Jorge Mario Bergoglio tenha a ver com o sucesso e, principalmente, com as façanhas do San Lorenzo aumentaram ainda mais com a classificação imprevista para a próxima fase do torneio Sul-americano.

Drama e mais drama

Nas três primeiras rodadas, os argentinos tropeçaram: duas derrotas e um empate. Eram dados como mortos e eliminados da competição. Esqueceram que não se pode dar por vencido quem tem fé e acredita no sobrenatural. Deu no que deu. Três vitórias nos últimos três jogos.

Na última rodada da fase de classificação o drama esteve presente por 90 minutos. Tudo parecia perdido. Ainda mais por ter começado perdendo para o Flamengo em seu próprio estádio, o El Nuevo Gasómetro. Mesmo com a derrota parcial o time ainda se classificava, pois o Atlético-PR, até então único rival pela vaga, perdia no Chile para o Universidad Católica.

O time de Curitiba virou quase ao mesmo tempo em que a equipe azul-grená conseguiu a igualdade. O adeus ao torneio estava próximo.

Trinta e nove minutos do segundo tempo no Chile e novo empate do Católica. Os deuses do futebol, por pouco tempo, pareciam aliados ao coração papal. Eles não contavam com Carlos Alberto (aquele), que dois minutos depois sacramentou a vitória do Atlético.

Nas mãos de Francisco

Foi hora de apelar para o papa. Hinchas do San Lorenzo com certeza fizeram mil promessas ao Santo Padre. E o pedido no coração de Bergoglio também acabou sendo atendido.

O escolhido para concretizar o desejo foi Belluschi. No último minuto, depois de dominar no peito dentro da área após bate-rebate, o camisa 16 bateu cruzado de pé esquerdo e viu o Gasómetro explodir. O apito final não calou a torcida e nem mesmo os jogadores do San Lorenzo.

Lágrimas, gritos e fé estiveram presentes nas arquibancadas e no gramado para celebrar o feito que parecia impossível.

Se há quem diga que foi novo milagre de Francisco, sou um dos que acredita nisso!

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