Tradicionalmente esquiva para as equipes brasileiras, com apenas dois títulos conquistados no campo (Internacional em 2008 e São Paulo em 2012), a Copa Sul Americana 2017 teve seu sorteio realizado nesta semana em Montevideo, Uruguai.  Pelo fato de ter se tornado um torneio anual que se disputa em paralelo à Copa Libertadores, nas rodadas iniciais não contará com as grandes forças do futebol continental. O sorteio da 1ª fase não deve ter assustado as equipes nacionais. Vejamos a sorte de cada um:

Corinthians: o time de Parque São Jorge, comparado aos demais brasileiros, pegará o adversário mais indigesto: Universidad de Chile. O campeão da Sul Americana 2011 contratou o experiente volante David Pizarro, que colecionou passagens por grandes times europeus como Internazionale de Milão, Roma, Fiorentina e Manchester City. Ele chega para ser destaque de um elenco que tem ainda os selecionáveis chilenos Claudio Vilches, Gonzalo Jara e Jean Beausejour, além do uruguaio Matias Corujo. No ataque, o argentino Gastón  Fernandez, destaque do Estudiantes de la Plata, será a grande referência da equipe chilena. A estreia do time do Corinthians será em casa, e deverá encarar o lotado e inóspito Estadio Nacional de Santiago no jogo de volta.

Ponte Preta: a macaca campineira também viajará até a província de Buenos Aires, enfrentando o Gimnasia y Esgrima de la Plata. Fundado em 1887, o lobo platense, como é conhecido, ocupa a modesta 16ª posição no Campeonato Argentino. Destaque para o ex Flamengo Dario Bottinelli, meia articulador do time argentino.  A Ponte Preta já definiu uma Copa Sul Americana e perdeu para o também argentino Lanús.

São Paulo: único time brasileiro que definirá a classificação em casa, o tricolor do Morumbi terá uma viagem tranquila até a Argentina, onde enfrentará o pequeno Defensa y Justicia. O time da província de Buenos Aires chegou à 1ª divisão argentina apenas em 2014 e está estreando em competições internacionais.  O destaque fica por conta do meia Jonas Manuel Gutierrez, quem já jogou Copa do Mundo pela Argentina e teve passagens interessantes no futebol inglês (Newcastle United), antes de se afastar do futebol por conta de uma grave doença. 20 mil fanáticos torcedores empurrarão o time amarelo e verde nesta primeira aventura continental.

Cruzeiro: o time celeste deverá enfrentar o mediano Nacional. Como bom time paraguaio, o nome e as cores são iguais às de um grande clube (Nacional do Uruguai, tri campeão do mundo mesmo que a FIFA não queira), porém, não tem a tradição do homônimo uruguaio. O maior feito do tricolor de Assunção foi a final da Copa Libertadores de 2014, quando perdeu para o San Lorenzo da Argentina. A venda do atacante Collman, procurado pelo São Paulo, enfraqueceu o time e comprometeu a possibilidade de uma boa campanha na atual Sul Americana.

Fluminense: o tricolor das laranjeiras enfrentará o pequeno Liverpool. Com nome inspirado no mítico time inglês, a equipe uruguaia não deveria ser um problema para os cariocas. A favor do tricolor joga o fato dos uruguaios não poderem atuar no seu pequeno estádio de Belvedere, o que os levará a jogar num estádio maior e provavelmente semi vazio (ou completamente, se for o Centenario, onde cabem 70 mil pessoas), facilitando a vida da equipe visitante no jogo da volta. Os destaques da equipe de Montevideo são o goleiro Guillermo De Amores (melhor goleiro do Mundial Sub 20 de 2013), Nicolás De la Cruz (destaque da atual seleção uruguaia sub 20) e Carlos Bueno (com passagens pela seleção uruguaia e grandes times mexicanos e argentinos).

Sport Recife: o leão da ilha deverá viajar até Montevideo no jogo de volta para fechar a chave contra o Danubio. O time uruguaio, cuja camisa lembra o Vasco da Gama, está em ascensão e se destaca no seu país por ser um grande formador de jogadores. Assim como acontece com a maioria dos times pequenos do Uruguai, o Danubio não poderá jogar no seu estádio, e não terá um caldeirão para empurrar o time, diferentemente do Sport, que jogará com a Ilha do Retiro abarrotada de rubro-negros. Na equipe uruguaia, os destaques ficam por conta do centro avante Juan Manuel Olivera, vice campeão da Libertadores 2011 com o Peñarol, o atacante Joaquin Ardaiz, um dos artilheiros do time no campeonato uruguaio 2016 e o goleiro Salvador Ichazo, de longa trajetória nas seleções de base uruguaias e experiência no Torino da Itália.

Apesar do sorteio favorável, vale lembrar de que, nas oitavas de final, os 10 clubes que ficarem em 3º lugar nos seus grupos da Libertadores migrarão para a Sul Americana, e certamente serão os grandes adversários das equipes do Brasil. A Argentina lidera a tabela história com 7 títulos. Brasil o segue com 3 (contando o título da Chapecoense). Peru, México, Colômbia, Chile e Equador ganharam uma Copa Sul Americana cada. Será que a lista de campeões ganhará um novo nome?

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