Por Gabriel Amorim

Gianliugi Buffon, italiano, 39 anos, pai de David e Louis. Para muitos, o maior goleiro da história do futebol mundial. Um mito, que em seu provável último ano de carreira, tem mais uma e talvez a última chance de conquistar o único título que lhe falta: a Uefa Champions League. A verdade não é você que precisa dela, ‘Gigi’, mas ela quem te namora há algum tempo. A maior e mais rica competição de futebol do mundo necessita ter você como campeão-protagonista.

O goleiro, que iniciou sua carreira profissional no Parma e desembarcou em Turim no verão de 2001, construiu uma idolatria inabalável na ‘Vecchia Senhora’ e na Itália. Sua história e habilidade embaixo das traves faz transcender a rivalidade – não será difícil encontrar torcedores do Torino (rival histórico da Juve) torcendo por Gigi na final da UCL – com a ‘velha bota’ unida na torcida pela conquista inédita do arqueiro. Na última semana em entrevista coletiva, Buffon colocou a Champions League no mesmo patamar da Copa do Mundo, afirmando que conquistar a orelhuda seria “viver a maior alegria de sua carreira no futebol” ao lado do tetra italiano da Copa do Mundo em 2006 na Alemanha. O camisa 1 da Juventus já chegou perto de faturar a Champions duas vezes.

Em 2003, final diante do Milan de Maldini, Pirlo e Shevchenko. Resultado traumático para o goleiro. 0 a 0 no tempo normal e vice-campeonato nos pênaltis vendo o seu rival Dida defender uma penalidade a mais e acabar com o sonho do tricampeonato europeu da Juve. Já em 2015, Buffon teve pela frente o Barcelona de Messi, Neymar e Suárez. Com o trio inspirado e uma belíssima atuação de Daniel Alves, hoje seu companheiro de time, o Barça levou o pentacampeonato da Champions com Neymar dando requintes de crueldade marcando no último minuto de partida.

Agora, 0 destino dá a Juventus mais uma vez a chance de conquistar a Europa. E Buffon, pra variar, foi uma peça essencial em toda campanha do time de Massimiliano Allegri. Defesa menos vazada da Champions, os italianos sofreram somente 3 gols em todo torneio. No mata-mata, a meta de Buffon não foi vazada uma vez sequer no reencontro com o poderoso trio MSN e o Barcelona nas quartas, e sofreu apenas um tento diante do Monaco, equipe que possui um dos melhores ataques na temporada europeia, na semifinal.

Diante do Real Madrid, em Cardiff, no dia 3 de junho, a ‘Velha Senhora’ têm mais 90 minutos para escrever a história. Destruir a recente hegemonia dos espanhóis, colocar a Itália no topo do futebol europeu após 8 anos e eleger de vez Gianliugi Buffon como o maior número 1 da história do futebol. Eu, Gabriel, autor deste texto, por diversas vezes me cobro demais por me achar ‘velho’ para atingir alguns objetivos, sinto que desperdicei diversas oportunidades na vida que infelizmente não voltam mais. Mas você, Buffon, nos ensina a cada jogo que nunca é tarde para lutarmos por aquilo que queremos, que desejamos acima de tudo.

A idade está na cabeça e a realidade é sempre um desejo que um dia foi sonhado. E você no auge dos seus 39 anos se afirma mais uma vez como o melhor goleiro de todos. A Champions que te merece! Defenda sua meta nos 90 minutos que teremos em Cardiff, com a mesma garra que você defendeu a sua história, seu país, sua camisa e a sua torcida. Se os deuses do futebol forem justos, eles com certeza estarão do seu lado no dia 3 de junho, te ajudando a parar a máquina Cristiano Ronaldo e sua magnífica trupe.

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