Há dois anos, inciei a especialização em jornalismo esportivo. Hoje, me especializo em respostas, em debates contra jornalistas que versam sobre essa coisa tão gostosa de se falar, ler e aprender. Sintomático.

Aqui vamos nós, eu e mais uma geração de caixa baixa, meu ídolo Mauro Beting, indignada com o que andam travestindo o meu jornalismo. Não que a vida me desse razão sendo o tempo de carreira do destinatário maior do que a deste Peter Pan(lmeirense) que  insiste em acreditar que somos muitos, que não somos fracos, que somos como Lulu, Peter. Somos profissionais.

Chico Lang, Chico Lang. O senhor, termo adequado ao respeito que jamais deixaria de existir nestas quase mal traçadas linhas, errou. Vem errando. Todos nós, os que já estão e os que ainda querem estar, como eu, no jornalismo esportivo, temos uma paixão e ela que muitas vezes nos credencia a alçar o vôo. Capacita. Aumenta o repertório. É um meio. Mas não pode ser fim..

O rito de passagem é formar opinião. Trabalha-se com essa prática. Incutem-se ideias nos receptores, não como a teoria da bala mágica, o senhor deve se lembrar das teorias da comunicação, mas como um processo complexo em que o destinatário será influenciado por concepções pessoais que precisam de CUIDADO ao serem emitidas. Lidamos com pessoas. Com histórias. Com a vida.

Faltou pra você. Faltou quando, muitas vezes, deixou a roupa de jornalista pra ser imagem e cor de uma torcida no local errado. Seja no estádio. Seja no homem. Honrar as paixões é lindo, mas existe circunstância para tal. Lidar com paixão é difícil. Não se banaliza.

O episódio Moisés é um case, como se orgulhará um publicitário ao me ler. Um exemplo de que as opiniões de um jornalista sofrem um crivo da natureza para serem alçadas por verdade. Quase uma varinha de condão. Não se pode lança-las e esperar que o vento disperse. Vai reverberar.

Desculpar-se é bonito. Merece elogios. Não basta. Se hoje, Chico, o senhor, uma vez mais, sem provas, diz ter sido ameaçado pelo que fez, é um reflexo do que agir sem correção e precaução, pode causar. Atinge a todos. Bomba atômica. É ruim para o pai de todos. O jornalismo leva no queixo.

Certamente, pouco serei lido e com ainda mais convicção, penso que Chico Lang, se muito, lerá e dará de ombros para mim. Tudo bem.  O sonho segue. Mais profissionalismo, mais qualidade, mais respeito e mais dignidade na profissão para a qual dedicamos, muitos de nós, uma vida toda.

 

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