Começa nesta terça feira (27) a fase de grupos da Copa Libertadores da América. Pelo segundo ano seguido a competição será disputada de forma estendida, terminando no mês de novembro. Com 32 participantes divididos em oito grupos, são sete as equipes brasileiras na competição: Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Cruzeiro e Grêmio, todas equipes tradicionais e já campeãs do torneio. Pensando no momento atual de cada equipe e na projeção para o ano de 2018, o Linha Esportiva analisou o que cada um dos brasileiros pode fazer na competição.

Corinthians: atual campeão paulista e brasileiro, o Timão perdeu qualidade em relação ao ano passado e vem apresentando dificuldades em campo para suprir as saídas de Pablo, Guilherne Arana e Jô. Sem recursos financeiros, a alternativa vai ser apostar na segurança defensiva, nos reforços modestos e na criatividade do técnico Fábio Carille, assim como visto no derby frente ao Palmeiras quando da escalação sem centroavante, dando liberdade para Rodriguinho e Jadson atacarem. Em um grupo de dificuldade média, o Corinthians deve passar à segunda fase e chegar como franco atirador aos mata matas. Grupo: Corinthians, Independiente (ARG), Millionarios (COL), Deportivo Lara (VEN).

Palmeiras: agora comandado por Roger Machado, o Alviverde seguiu a mesma receita do ano passado e reforçou ainda mais um time que já era muito qualificado, com as chegadas de Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Diogo Barbosa e Marcos Rocha. Após um começo empolgante no Campeonato Paulista, a equipe tropeçou no primeiro grande teste contra o Corinthians e mostrou que ainda precisa de ajustes no time titular, especialmente na parte defensiva. Com a folha salarial mais cara do Brasil e o time mais valioso da Libertadores, repleto de atletas que já jogaram a competição, o Verdão surge como um dos favoritos ao título, mas para isso terá que superar pedreiras logo na primeira fase, com o tradicionalíssimo Boca Juniors e o bom time do Junior Barranquilla na mesma chave. Grupo: Palmeiras, Boca Juniors (ARG), Alianza Lima (PER) e Junior Barranquilla (COL).

Santos: o Peixe passa por um processo de reformulação com as saídas de Lucas Lima e Ricardo Oliveira e a chegada de Jair Ventura como treinador. Após um início irregular de temporada, o time melhorou com as chegadas de Eduardo Sasha e Gabigol e com a volta de Bruno Henrique devem formar um interessante trio de ataque. O maior problema é o setor de criação, já que Vecchio e Jean Mota não têm a mesma qualidade de Lucas Lima para armar o jogo. O Santos tem um grupo de dificuldade mediana na primeira fase e, se avançar, chega, assim como o Corinthians, como um franco atirador à segunda fase. Grupo: Santos, Real Garcilasso (PER), Estudiantes (ARG), Nacional (URU).

Flamengo: o Rubro Negro ainda engrena na temporada, após voltar de férias mais tarde que os outros times devido ao título da Copa Sul Americana. A equipe ainda não fez muitos jogos com o time titular e o desempenho durante toda a temporada ainda é uma incógnita. A base do ano passado é praticamente a mesma, mas o novo técnico Paulo Cesar Carpegiani vem tentando implementar um novo esquema tático que exige tempo de adaptação, com apenas um volante marcador. O grupo do Flamengo é um dos mais difíceis da primeira fase, com o tradicional River Plate e os bons times de Emelec e Independente Santa Fé. Uma eliminação na primeira fase não seria impossível, mas os últimos anos de vexames em competições internacionais praticamente obrigam uma classificação dos cariocas. Grupo: Flamengo, River Plate (ARG), Independente Santa Fé (COL), Emelec (EQU).

Vasco: o Gigante da Colina começou 2018 de forma complicada. Em campo, vários jogadores deixaram o clube por falta de pagamento e o time acumulou vários resultados ruins. Já o processo eleitoral foi confuso, com traições, reviravoltas e a escolha do novo presidente Alexandre Campelo. Com o ambiente mais calmo e um time limitado, mas aguerrido liderado pelos garotos Evander e Paulinho, o Vasco cresceu de rendimento e chegou à fase de grupos da Libertadores após eliminar Concepcion e Jorge Wilstermann nas fases preliminares. Entretanto, o desempenho sofrível na partida de volta na Bolívia levantou dúvidas sobre o verdadeiro potencial do Vasco, que deve ser a terceira força da chave. Grupo: Cruzeiro, Universidad de Chile (CHI), Racing (ARG) e Vasco.

Cruzeiro: com um trabalho consolidado que já vem desde 2016 sob o comando de Mano Menezes, a Raposa foi ao mercado e reforçou ainda mais um time que já era competitivo e foi campeão da Copa do Brasil no ano passado, com destaque para o centroavante Fred. Assim, o time mineiro entra em 2018 como um dos principais times do Brasil e um dos bicho papões a serem batidos. O início de estadual é empolgante e com bons resultados, mas a falta de testes “de verdade” levanta dúvidas se o time já esta realmente pronto. O Cruzeiro entra como um dos principais candidatos à conquista da Libertadores, mas terá que superar um grupo dos mais difíceis, com o compatriota Vasco, o tradicional Racing e a emergente LaU. Grupo: Cruzeiro, Universidad de Chile (CHI), Racing (ARG) e Vasco.

Grêmio: atual campeão da América, o Grêmio, assim como o Flamengo, fez poucos jogos com o time titular em 2018, mas já deu uma volta olímpica na temporada ao faturar a Recopa. A base do time é praticamente a mesma, com a troca de Edilson por Mádson e a saídas de Barrios e Fernandinho no ataque. A principal dificuldade do Tricolor neste início de ano vem sendo justamente o setor ofensivo, visto que foram mais 200 minutos sem balançar a rede com um homem a mais nas finais da Recopa. Assim como no ano passado, o Grêmio foi “agraciado” no sorteio da Libertadores e pegou a chave mais fácil entre os brasileiros, não tendo dificuldades para chegar à segunda fase e lutar pelo bicampeonato. Grupo: Grêmio, Cerro Porteño (PAR),  Defensor Sporting (URU), Monagas (VEN)

 

 

 

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