por João Rafael Venâncio e Luiz Augusto Ramos

 

Jovem promessa do tênis brasileiro, Marcelo vai escrevendo sua história com marcas de expressão e com planos ousados

Uma vida agitada, com mudanças constantes e sempre com o objetivo de ser o melhor. Marcelo Zormann nasceu em Lins, no dia 10 de junho de 1996 e leva consigo uma paixão: o esporte. O pai dele foi jogador de futebol, mas foi no tênis que Marcelo encontrou sua vocação.

“Comecei a jogar com cinco anos de idade, por influência do meu avô. Ele era treinador e foi meu principal incentivador, como é até hoje. Lembro que jogava futebol, mas meu avô sempre me chamava para a quadra de tênis, porque ele sempre queria me ensinar algo.”

Os ensinamentos do avô de Marcelo deram certo. Ele se apaixonou pelo tênis e optou por ganhar a vida no esporte e, para isso, decidiu sair de casa com muito pouca idade: “Com 14 anos, me mudei para Rio Preto para treinar com Edvaldo Oliveira. Lá, tive uma grande evolução e venci dois títulos importantes para aquela idade (16). Decidi me mudar para Porto Alegre, treinar no IGT (Instituto Gaúcho de Tênis). E, agora, participei do ATP 500, no Rio, em 2015.”

Hoje, o tenista vê que o esporte está em uma ótima escala de evolução e reconhece que está mais fácil, de fato, se tornar um tenista profissional. Mas nem sempre foi assim: “No meu próprio começo mesmo foi muito difícil. Tinha apenas o apoio de uma empresa de segurança de Lins (cidade natal), mas como saí de lá, achamos melhor encerrar a parceria. Hoje, há uma empresa de engenharia civil cobrindo minhas despesas aqui e também os Correios, que possuem parceria com o IGT (Instituto Gaúcho de Tênis) também nos dão suporte”, conta.

Por trás da figura de um tenista jovem, já há seu lado campeão. Zormann venceu o torneio de duplas de Wimbledon, um dos palcos mais importante do tênis, junto com Orlando Luz, em 2014. Além desta grande conquista, ele foi ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, realizado na China, no mesmo ano.

Com viagens para lugares badalados como Roland Garros e Wimbledon, Marcelo conta como é a experiência de estar junto com tantas lendas do tênis mundial: “A grande vantagem de jogar um torneio juvenil, é a convivência com os grandes nomes. Ter nomes como Rafael Nadal e Roger Federer para ver e estarem ao seu lado. Estar em um torneio como este é o sonho de qualquer amante do tênis. Já tive a oportunidade de bater bola com Novak Djokovic ,porém o nível de concentração era absurdo e não dava para conversar muito com ele. Senti a diferença entre um número um do mundo e um de nós, juvenis, que aspiram estar no lugar dele.”

Zormann cria sua carreira com base naquelas pessoas que acenderem nele o sentimento de amor ao esporte: “O Ayrton Senna é meu maior ídolo, porque representou muita coisa. Foi um exemplo de pessoa.” Já dentro das quadras, Marcelo sempre busca pegar o que há de melhor em cada tenista: “Não há apenas uma referência. O Ferrer, pela sua história de vida e por ser um trabalhador esforçado, é um cara bom para se espelhar. E Djokovic, por todo o caos da guerra da desconstituição da antiga Iugoslávia, que acabou originando a Sérvia. Gustavo Kuerten é um brasileiro que todo tenista brasileiro deve ter como ídolo, porque veio de baixo e atingiu o auge no esporte. O Bellucci é o maior brasileiro atualmente (Thomaz Bellucci está em 40° no ranking mundial no tênis), e também deve ser considerado um espelho”, conta.

Um dos momentos mais marcantes da carreira do tenista foi poder disputar a Copa Davis juvenil, torneio que Zormann considera o mais atraente. “A Copa Davis é um torneio especial. Fiquei muito feliz quando me chamaram para jogá-la. Ter a convivência com nomes como o Bellucci é muito importante para a formação de qualquer tenista que deseja ser um bom profissional. Na Colômbia, foi uma experiência muito boa, e na Espanha tive a oportunidade de conviver com Carlos Moyá, que foi um grande tenista.”

O promissor Marcelo faz projeções ousadas para o futuro de sua carreira. “Daqui 4 anos, espero estar fixado no Top 100 do tênis profissional. Algum título de ATP, para me firmar. Tenho em mente algum dia, quem sabe em 10 anos, estar dentro do Top 10 do tênis mundial. Acredito que, futuramente, o Brasil tenha uma boa equipe para vencermos a Copa Davis”, completa.

 

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