A temporada de 2017 não começou muito animadora para o torcedor do Grêmio. A venda do volante Walace para o Hamburgo e a grave contusão de Douglas no joelho esquerdo, que o deixará ausente dos gramadso por seis meses, além do pouco caixa disponível para investir em reforços, levavam os torcedores a terem uma expectativa de poucos resultados expressivos durante o ano.

Sem dinheiro para fazer grandes investimentos, a aposta da diretoria tricolor e do técnico Renato Gaúcho foi em jogadores baratos com potencial ou em experientes que teriam  possibilidade de recuperarem seu futebol atuando com a camisa gremista. Foram os casos do volante Michel, destaque do Atlético Goianiense na campanha do título da Série B em 2016, os laterais Léo Moura, rebaixado com o Santa Cruz no ano passado, e Cortez, vindo do Japão após vários empréstimos ligados ao São Paulo sem sucesso. Além do centroavante Lucas Barrios, desgastado no Palmeiras após brigas com Cuca em 2016. O Grêmio seguiu apostando também no aproveitamento das categorias de base. Além de Luan e Pedro Rocha, que já vinham jogando regularmente há algumas temporadas, quem ganhou destaque em 2017 foi o meia Arthur, meio campista que marca mas também chega ao ataque com facilidade.

Dentro de campo a apostas gremistas para 2017 demoraram um pouco a engrenar, mas deram certo. Léo Moura fez ótimas partidas e gols importantes atuando na lateral direita aos 38 anos de idade e Cortez vem fazendo bons jogos na lateral esquerda após a contusão de Marcelo Oliveira. Lucas Barrios se tornou titular e já marcou 13 gols na temporada, inclusive superando sua temporada mais artilheira pelo Palmeiras, que foi em 2015 com 8 gols.

Além do bom desempenho dos reforços, Luan voltou a crescer de desempenho com a entrada de Barrios no time, após um segundo semestre de 2016 apagado. Jogando mais recuado, armando as jogadas, tabelando e infiltrando na área adversária, o camisa sete já fez quatro gols e soma quatro assistências até aqui no ano e deve ser um dos mais assediados na janela de transferências europeias do meio do ano.

Por fim, não há como deixar de citar o trabalho do técnico Renato Gaúcho. O mérito do treinador foi herdar um time técnico e habilidoso de Roger Machado no ano passado e não abrir mão dessa característica, com pequenas alterações, como o posicionamento de Ramiro no lado direito do campo, uma proteção maior na defesa e a entrada de um centroavante de ofício no time. Usando toda sua experiência, seu lado “boleirão” para conduzir o vestiário e aproveitando o lado estudioso do coordenador técnico Valdir Espinosa, do auxiliar Alexandre Mendes e demais membros da comissão técnica, Renato conduz até aqui muito bem o Tricolor Gaúcho.

Após um começo de ano irregular, com desclassificação para o Novo Hamburgo nos pênaltis no Gauchão, o Grêmio engrenou na temporada. Está classificado às oitavas de final da Libertadores, às quartas de final da Copa do Brasil e é vice-líder do Brasileirão. Para muitos, o Tricolor joga atualmente o melhor futebol do Brasil e conseguiu formar um elenco que vai além dos 11 titulares. O Grêmio vem fazendo tudo certo para trazer alegrias aos seus torcedores ao final deste ano.

 

Comentários

comentário