Quando se trata de sociedade, é inegável dizer o quanto avançamos ao longo das eras. Apesar disso, uma parte, que eu quero pensar nela como minoria, ainda acha que estamos na Idade Média, mesmo que os turcos tenham tomado Constantinopla (atual Istambul) e posto fim a esse período, há mais de 560 anos.

Preconceituosos. Essa parte ignorante da população que se sente maior que os outros por conta de seu sexo, orientação sexual, credo, etnia, opção política, religiosa e por aí vai. Esse tipo de gente com visão fechada e que não aceita ser questionado. Esse tipo de gente que faz mal para o todo em si.

O preconceito se manifesta de diversas formas. Ele pode vir de forma velada, como o João Pedro Godoy retratou neste texto. Ela pode vir de forma explícita, gerando o ódio. E ela também pode vir na forma da assédio, sendo esse último, com mulheres como grande alvo.

Por mais que a igualdade seja pregada, e com as mulheres tomando cada vez mais o espaço ao qual ela tem direito em todos os âmbitos possíveis, ainda existem aqueles que se sentem no “direito” de subjuga-las pelo simples fato de serem homens. E, “amigão”, não é assim que a banda toca.

Em questão de competência, não temos o que discutir. Trazendo para o âmbito esportivo, tem muita mulher que sabe demais de esporte, muito mais de muito marmanjo por aí. Mas isso incomoda, machuca o ego frágil daquele que se diz forte. E qual a resposta deles? Ataque.

Um dos casos mais recentes aconteceu neste mês de março que, ironicamente, neste caso, é conhecido como o mês da mulher, que tem seu dia celebrado no oitavo dia de março.

No pré-jogo de Vasco e Universidad de Chile pela Libertadores, a repórter Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, foi atacada, ao vivo, por um brutamonte que tentou roubar um beijo seu, durante uma entrevista.

Muita gente tentou diminuir o ocorrido, dizendo que o clima era de festa ou que todo o “uaê” criado era porque o cara não era do tipo bonitão. NÃO! NÃO É ASSIM QUE A VIDA FUNCIONA, CAZZO! O que se viu ali foi um crime! Poderia ser o homem mais bonito do mundo que ainda assim seria um crime. E isso tem que acabar o quanto antes. Chega de ver, caso após caso, ser tratado como algo normal. Não é e nem nunca pode ser considerado normal.

Por conta desse, e de muitos outros casos que ocorreram no passado, as mulheres resolveram dar um basta na situação. Mais de 50 jornalistas esportivas do Brasil lançaram o manifesto #DeixaElaTrabalhar.

O ideal do movimento, que tem nomes como o da própria Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, além de outras jornalistas, como Fernanda Gentil, da Globo, Bibiana Bolson, da ESPN e Lívia Laranjeira, do SporTV, o manifesto pede o fim do machismo no mundo do esporte. E essa é a minha torcida.

Não é errado uma mulher querer falar sobre esporte. Errado é aquele que pensa que elas não podem. Elas podem. E podem demais. Infelizmente, o caminho ainda será tortuoso até chegarmos no ponto, hoje utópico, de igualdade, mas elas devem seguir.

Ações assim são cada vez mais necessárias, com elas se impondo e mostrando tudo que de errado que rola por trás. Sempre vi o esporte como meio de igualdade e é assim que tem que ser.

Siga acompanhando o movimento através do perfil oficial no Twitter ou através da #DeixaElaTrabalhar em todas as redes sociais.

Comentários

comentário