Arsene Wenger completou em 2016 20 anos à frente do Arsenal. O treinador francês chegou em 1996 vindo do Japão ,onde havia treinado o Nagoya Grampus, e foi responsável por uma revolução no clube.

Adepto do futebol ofensivo e bem jogado, Wenger mudou o estilo de jogo dos Gunners nos anos 90, até então conhecido como “boring Arsenal” por não agradar o espectador que ia ao estádio.

Foi com o técnico francês que o Arsenal formou seu maior time da história recente: o esquadrão que foi campeão invicto da Premier League na temporada 2003-2004, cuja equipe contava com jogadores do calibre de Patrick Vieira, Denis Bergkamp, o brasileiro Gilberto Silva e Thienry Henry, um dos maiores ídolos da história do Arsenal. Outro fato marcante da era Arsene Wenger foi o vice-campeonato da Champions League, em 2006, após a derrota na final para o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e a construção do novo estádio do clube, o Emirates Stadium, inaugurado em 2006.

Depois dos primeiros anos de glória, a realidade do Arsenal mudou a partir da segunda metade dos anos 2000. Com a construção do estádio, Arsene Wenger preferiu economizar dinheiro e mudou o perfil das contratações do clube. As grandes estrelas deram lugar a jovens jogadores com potencial a serem desenvolvidos e que pudessem gerar uma futura venda para o clube. Saíram de cena atletas consagrados como Thienry Henry e Denis Bergkamp para a entrada dos novatos Theo Walcott e Francis Coquelin, ao lado de alguns jogadores mais experientes e já experimentados, como Robin van Persie e Cesc Fabregas.

Com a mudança de filosofia do clube o Arsenal ficou nove anos sem ganhar um título, quebrando o tabu com a conquista da Copa da Inglaterra na temporada 2013-2014. Além disso, vem passando longe da disputa do título inglês, além de colecionar eliminações precoces no mata-mata da Liga dos Campeões da Europa.

Onze anos após a construção do estádio, já recuperado financeiramente e com condições de investir mais e se tornar uma equipe mais competitiva no cenário inglês e europeu, os Gunners continuam no mesmo patamar. Wenger ainda prefere investir em jogadores mais modestos, como Lucas Pérez e Granit Xhaka na última janela de transferências, e apostar em jovens jogadores. A torcida se cansou do clube ser coadjuvante e pede a saída do técnico. Com Arsene Wenger o Arsenal travou, parou no tempo. Se tornou uma equipe que não consegue ir além do quarto lugar no Campeonato Inglês e das oitavas de final da Liga dos Campeões. Nem na temporada em que os outros grandes não foram bem o time soube aproveitar. Terminou em segundo lugar atrás do Leicester na Premier League.

Nos últimos anos os Gunners deram vexames em campo. Perderam de 8 a 1 para o Manchester United e de 6 a 0 para o Chelsea. A torcida quer renovação. O time precisa de um novo comandante. Alguém que arrisque mais em contratações e também traga novos conceitos de jogo em futebol dinâmico que muda a todo instante. O Arsenal precisa voltar a ser o gigante de outrora e brigar pelo título da Premier League. Wenger foi uma figura importantíssima na história do Arsenal. Mas é hora de dizer adeus.

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