Você ouviu muito este nome na Copa do Mundo de 2014. Jorge Luis Pinto, técnico colombiano, foi colocado como um dos principais responsáveis pela excelente campanha da Costa Rica na Copa das Copas, fazendo a seleção da Concacaf passar em primeiro no grupo de morte e ser eliminada apenas nas quartas-de-final, nos pênaltis, e pela forte Holanda.

Surpreendentemente, o treinador de 63 anos não foi para um centro maior do futebol após o feito inimaginável: acabou sendo contratado por Honduras com o objetivo de levar a seleção local de volta a uma Copa do Mundo, além de chegar mais longe na Copa Ouro, após duas eliminações seguidas em semi-finais (2011 e 2013). O trabalho não começou fácil, com Jorge Luis Pinto sofrendo para renovar a seleção local , já que as referências da seleção estão longe de seu auge e quase em fim de carreira. Os irmãos Wilson e Jerry Palacios, o meia Espinoza e o zagueiro Figueroa são provas disso. Com essas dificuldades, o técnico colombiano sofreu e foi eliminado ainda na primeira fase da Copa Ouro de 2015, caindo para o fraco e semi-profissional Haiti. O trabalho começava a ser questionado, mas uma outra oportunidade para Jorge Luis Pinto mostrar seu trabalho viria. E mais uma vez, no Brasil. Honduras foi vice-campeã do Pré-Olímpico da Concacaf sub-20, perdendo a final para o México, também no ano passado e garantiu vaga nos Jogos do Rio 2016. E desde então já se sabia que o técnico seria o da seleção principal.

Jorge não estava com muita moral na seleção hondurenha. Agora, isso mudou.

Jorge não estava com muita moral na seleção hondurenha. Agora, isso mudou.

A equipe hondurenha deu azar em pegar uma chave difícil, com a ascendente Argélia, a bicampeã olímpica Argentina e o vice-campeão europeu sub-21 Portugal. Mas quem disse que seleções de Jorge Luis Pinto jogam com medo? Uma importante e emocionante vitória na estreia contra a Argélia, por 3 a 2, mostrou que o futebol masculino de Honduras não veio a passeio. Na segunda rodada, derrota para Portugal, mas pela margem mínima e fazendo um jogo interessante. Contando com outros resultados da chave, Honduras precisava “apenas” empatar seu último jogo contra a Argentina para se classificar para as quartas-de-final. “Apenas” entre aspas, porque a Argentina tem em seu elenco nomes como Rulli, Lo Celso (recém vendido ao PSG), Calleri, Ángel Correa e outros. Mesmo desfalcada de Dybala, Lanzini e outros bons nomes, era favorita a uma medalha olímpica. Era. Com uma partida quase impecável, Honduras neutralizou o forte ataque argentino e levava perigo nos contra ataques, com os ótimos Lozano e, principalmente, Elis. Os hondurenhos se deram ao luxo de perder um pênalti no primeiro tempo, cobrado por Acosta e defendido por Rulli. Mas no segundo tempo, Elis foi derrubado na área. Mais um pênalti, dessa vez cobrado por Lozano, e convertido em gol, para alegria do público presente no Mané Garrincha, em Brasília. A Argentina ainda empatou no finalzinho, com Martinez, mas era tarde demais.

Mais um milagre para a conta de Jorge, que já se acostumou a fazer mágica no Brasil. O colombiano, que já morou aqui e disse amar o país na épica campanha costarriquenha em 2014, realmente se sente em casa e consegue dois dos seus principais feitos na carreira de três décadas em menos de dois anos, e no mesmo lugar. E ainda não terminou: com a bola que jogou hoje, Honduras pode surpreender ainda mais. E nós não ousamos mais duvidar de Jorge Luis Pinto.

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