Hoje, dia 5 de julho de 2016, a Uefa oficialmente passou dos limites do ridículo. O site da ESPN divulgou, em reportagem, que a entidade máxima do futebol europeu proibiu filhos de jogadores de entrar no gramado, por “medidas de segurança”. (Confira a matéria completa: http://espn.uol.com.br/noticia/611178_uefa-proibe-filhos-de-jogadores-no-gramado-e-eurocopa-nao-e-festa-familiar). A atitude estava se tornando cada vez mais comum nos campos da Euro, gerando emoção em quem assistia. Bale, de Gales e Skulason, da Islândia, foram os principais responsáveis por belas cenas em solo francês.

Resumidamente, a Uefa achou que a entrada das crianças em campo oferecia um RISCO DE SEGURANÇA. O diretor-executivo da Euro, o suíço Martin Kallen, tentou explicar. “Não somos totalmente contra, mas temos que ser prudentes e garantir a segurança. Cada vez parece que há maior hábito de fazer isso, mas é a Eurocopa, não uma festa familiar”. E completou: “Na nossa opinião, é preciso haver ordem. No gramado, só podem pisar pessoas com credenciamento, ninguém mais”. É tanto absurdo que fica difícil ate saber por onde começar…mas vamos lá.

Lateral Skulason comemora vitória com o filho. Sim, a Uefa quer proibir cenas como essa

Lateral Skulason comemora vitória com o filho. Sim, a Uefa quer proibir cenas como essa

Antes de tudo, o que crianças, buscadas pelos seus pais jogadores, oferecem de risco à segurança? Os protagonistas do espetáculo que vão ate a arquibancada, buscam o filho e voltam ao gramado. Tudo sob supervisão de diversos seguranças e vigiados por centenas de câmeras, tanto da transmissão quanto dos torcedores, sempre com os celulares nas mãos. Que insegurança isso causa nas pessoas?

Aí vem o segundo absurdo: não é uma festa familiar. NÃO É UMA FESTA, QUERIDO MARTIN? Pensei que fosse a maior festa do futebol europeu, que acontece apenas a cada 4 anos. O jogador passa por eliminatórias desgastantes, que duram dois anos, atinge o sonho de vencer uma partida em uma Euro, quer comemorar com o filho e…vem o diretor-executivo dizer que não é uma festa familiar, nem no pós jogo. Bacana, amigo.

E a cereja do bolo é dizer que só pessoas com credenciamento podem pisar no gramado. É um grito da Uefa, dizendo bem claramente que a Eurocopa não é dos jogadores, nem dos torcedores: é deles. Eles escolhem quem entra, quem sai e tiram a festa do povo, de quem ama o futebol. Cada vez mais engravatados, cada vez menos apaixonados pelo esporte.

Fifa, Uefa, CBF, todas seguem o mesmo caminho. Apegadas ao poder, transformam o futebol em negócio e se esquecem da essência do esporte, do que o fez gigante: seus fãs, quem coloca devoção naquilo. Infelizmente, enquanto o futebol estiver nas mãos de quem pensa antes no dinheiro e no terno, pra depois ver os torcedores e o campo e bola, nós, apaixonados por esse esporte que propicia tantas coisas lindas, estaremos perdendo. De goleada.

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