Quando no dia 26 de Julho de 2016 anunciou que desistia dos Jogos Olímpicos e do restante da temporada, todos duvidaram de que um dia Roger Federer voltaria a jogar tênis em alto nível. Os mais pessimistas temiam pela aposentadoria. Os otimistas, por campanhas razoáveis e algumas temporadas como coadjuvante no circuito ATP até uma próxima lesão que colocasse fim numa brilhante carreira. O que ninguém, nem o mais fanático torcedor, esperava, era um regresso às quadras num nível altíssimo e uma final de Grand Slam logo no primeiro campeonato oficial de 2017 (A Copa Hopman é um torneio de exibição, apesar de fazer parte do calendário da ATP).

Na manhã de hoje, após pouco mais de 3 horas de partida, Roger Federer eliminou o compatriota e número 4 do mundo Stanislas Wawrinka por 3 sets a 2, com parciais de 7/5, 6/3, 1/6, 4/6 e 6/3, e está na final do Australian Open 2017.   caminhada rumo à decisão, apesar de não ter colocado o atual número 1 do mundo Andy Murray na frente, apresentou jogos de diversas dificuldades, que foram sendo sucessivamente vencidos sem maiores problemas pelo suíço. Jurgen Melzer (3×1), Noah Rubin (3×0), Tomas Berdych (3×0), Kei Nishikori (3×2), Mischa Zverev (3×0) e Stan Wawrinka (3×2) sucumbiram diante de Federer, que tem apresentado estatísticas impressionantes na sua volta ao circuito. 78% de pontos ganhos com o 1º saque, 31 break points conquistados (maior número no campeonato), 88 aces (perdendo apenas para Ivo Karlovic e Milos Raonic, cujo jogo se baseia basicamente no saque) e principalmente 166 pontos ganhos no 1º saque do adversário (1º colocado nesse quesito do Australian Open 2017). Com isso, Roger Federer já eliminou 3 jogadores que estão no Top 10 do mundo (Berdych em 7º, Nishikori em 5º e Wawrinka em 4º).

Na decisão, o suíço poderá enfrentar o ascendente búlgaro Grigor Dimitrov  ou reeditar o grande duelo dos anos 2000 contra o canhoto espanhol Rafael Nadal, que se enfrentam amanhã às 6h30 no horário brasileiro de verão. O tenista da Basileia completará assim 28 finais de Grand Slam, com 17 títulos conquistados. O último título nesse nível foi na grama sagrada de Wimbledon no distante 2012, e a última final no Aberto dos Estados Unidos em 2015. “É real, eu posso falar sobre a final agora. Fiquei me esquivando de questionamentos como estes nos últimos dias. Rafa [Nadal] me deu os maiores problemas que tive na carreira, provavelmente sou o fã número um dele, acho o jogo dele simplesmente tremendo. Ele é um competidor incrível. Fico feliz de ter tido algumas batalhas épicas contra ele ao longo dos anos e é claro que seria surreal jogar contra ele aqui. (…) Dimitrov tem um jogo completo. Ele consegue reunir tudo muito bem. Ele é muito confiante e você nunca quer jogar contra jogadores confiantes, mas é ele ou o Rafa. Vai ser difícil de qualquer jeito”, disse Federer ao final da semifinal. Ele está de volta, e o tênis agradece!

Estatísticas retiradas de: http://www.ausopen.com/en_AU/scores/extrastats/

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