Em uma semana marcada pela comoção, tristeza, solidariedade e homenagens ao acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, algumas atitudes repercutiram de forma negativa. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, exigiu que o time catarinense jogasse a última rodada do Brasileirão e pediu uma “festa” na cidade de Chapecó. O presidente da República, Michel Temer, não irá à Arena Condá  presenciar o velório coletivo pelo receio de receber vaias. Já entre os clubes de futebol nenhum decepcionou mais em suas atitudes do que o Internacional de Porto Alegre.

A primeira polêmica ocorreu na quarta-feira (30/11), quando o vice-presidente de futebol do clube gaúcho, Fernando Carvalho, classificou a situação da equipe, que está atualmente na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e luta para fugir da degola como “tragédia pessoal”. A fala desagradou a torcida do Colorado e mais tarde, em entrevista à ESPN, o dirigente se desculpou por comparar a situação de um campeonato de futebol com um acidente que matou 71 pessoas.

Já na quinta-feira (01/12) os jogadores do Internacional deram uma entrevista coletiva pedindo que a última rodada do Campeonato Brasileiro não seja realizada. Na sequencia, o presidente do clube, Vitorio Piffero, concedeu entrevista na qual pediu o fim do futebol em 2016 e afirmou que o Campeonato Brasileiro estaria incompleto. Entretanto, o mandatário colorado não deixou claro se aceitaria o rebaixamento para a segunda divisão ou iria lutar na Justiça Desportiva para permancer na primeira divisão caso o Brasileirão fosse suspenso. Além disso, o Internacional entrou com recurso no STJD contra o Vitória, alegando escalação irregular do zagueiro Victor Ramos e seus dirigentes já afirmaram não ter vergonha de recorrer ao tapetão para se livar do rebaixamento.

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Presidente do Internacional, Vitório Piffero. (Reprodução: YouTube)

Em um período no qual o futebol brasileiro esqueceu as questões esportivas para pensar apenas no apoio à Chapecoense e no suporte às famílias das vítimas da tragédia, os dirigentes do Internacional conseguiram ter a frieza necessária para entrar com uma ação na Justiça Desportiva para favorecer o clube e enxergar em um possível cancelamento da última rodada do Campeonato Brasileiro uma brecha para se beneficiar da situação e se manter na primeira divisão.

A instituição Sport Club Internacional não merece. A torcida do Inter não merece. A Chapecoense não merece uma atitude egoísta como essa. Vitório Piffero e sua diretoria são a grande decepção, senão a maior, do futebol brasileiro em 2016.

 

 

 

 

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