Bumbum paticumbum prugurundum não é só uma onomatopeia sobre os batuques nervosos de uma bateria de escola de samba. Foi mais. Em 1982, o Império Serrano levou esse refrão para a Sapucaí para celebrar a simplicidade e a saudade que o povo sentia de estar próximo às suas raizes. Era uma forma de se aproximar com os bons sentimentos tipicamente saudosistas.

“E por falar em saudade”, além de um samba da querida Caprichosos de Pilares, é muito daquilo nós somos: carinhosos com o passado. Sempre cometemos a inconfidência de lembrar do que já passou, como uma bateria após recuo, e comparar com o que está sob os olhos, com os primeiros refrões que vem lá da concentração.

Automaticamente, é cuica pela técnica, tantam pela raça. Será que aquele time de 88 era mais raçudo que o de hoje? Bobagem! A única certeza que é Vila Isabel fez história com “Kizomba, Deus da raça”, naquele ano. Nós, desafinamos nos campos. Faltava de um tudo. Vejam só como nem sempre o melhor, é mais velho!

É importante com sãos os surdos de segunda e de terceira, ter “Liberdade, Liberdade” pra analisar qualquer contexto. Não deve ser desprezada a satisfação atual em comparação às experiências do que passou. Não faz sentido. Não dá samba. Pra vocês terem ideia, esse samba da Imperatriz venceu o maior carnaval já protagonizado pela enorme Beija Flor com Joãozinho Trinta e seu Ratos e Urubus. Prognósticos e bolas de cristal não vencem sequer na praça da Apoteose.

Essas linhas são como música, querem deixar um recado, mas com a leveza típicas dos acordes. Acorde, torcedor! Sua alegria é genuína e os mau humores que depreciam o bom momento não sabem a alegria de ser sonhador, mal conhecem o que a Mocidade usou pra vencer o Carnaval de 1992. “Sonhar não custa nada”. Refrão, ritmo, festa e realidade.

Palmeiras não é mundo de fantasia, mas é terreno de fé, de crença, de amor e, sim, de sonhar que tudo vai acabar bem, em taça, em festa. Em samba!

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