Se Cuca não tivesse saído após o título, time estaria voando. Se Moisés não tivesse machucado, equipe teria mais qualidade para jogar. Se tivessem contratado um lateral esquerdo melhor, Egídio estaria fora do clube. Se não tivéssemos perdido no jogo de ida, teríamos conseguido a classificação. Se Felipe Melo estivesse em campo, a pegada era outra. Se Borja tivesse encaixado, teria decidido o mata-mata. Se isso. Se aquilo. Se tudo. Se nada.
Não adianta procurar agora um culpado pela eliminação. É claro que diversas coisas poderiam ser diferentes. Mas também pode ser que o time não tivesse chegado nem nas oitavas de final. Futebol é uma caixinha de surpresas e não há respostas para certas situações. Nada é impossível para este esporte.
O coração palmeirense está dilacerado desde que Egídio perdeu o pênalti. Não há dúvidas disso. Mas a esperança e a confiança de que coisas grandes estão reservadas não podem ser deixadas de lado. Nem com toda dor e lamentação após a noite de ontem.
O palmeirense viveu anos de amargura do início dos anos 2000 até o dia 2 de dezembro de 2015. Anos que pareciam não ter fim. Duas vezes na segunda divisão. Ameaçado de ser rebaixado em outras oportunidades.
Recentemente tudo mudou. Equipe saiu da parte de baixo da tabela de todos os campeonatos para brigar pelas taças. Não são todas que vão vir, mas são em todas que o palmeirense acredita. É essa a maior razão do coração verde hoje estar destruído e cheio de desânimo. Isso passa, pode se acalmar. É só a paixão do palmeirense pelo Palmeiras que não passa.
O amor pelo verde vai fazer o torcedor alviverde recolher os cacos rapidamente e acreditar que as coisas vão mudar. Levou esta esperança por anos e anos, até que viu a bola de Fernando Prass estufar a rede e o grito de campeão, entalado, ecoar.
Foi tipo um “eu voltei”. E voltou mesmo. Mas tudo tem seu tempo.
E agora é tempo de o palmeirense enxugar as lágrimas e ter a mesma esperança de que coisas boas virão. E elas virão. Elas sempre vêm.
Se a Libertadores é obsessão, Palmeiras é amor incondicional.