O time que é atual bicampeão paulista. Os jogadores que ficaram meses a fio sem salário e ainda assim ganharam títulos. O técnico que transformou um time que estava na zona do rebaixamento em finalista da Copa do Brasil e que mesmo perdendo atletas para seleções durante várias rodadas ainda garantiu a segunda colocação no Brasileiro. Mudaram as estações, nada mudou (a equipe não perdeu ninguém), mas a gente sabe: alguma coisa aconteceu…

O ano que começou com exacerbado otimismo, elevado pela manutenção do trabalho e chegada de reforços, vem se transformando em incerto e está à beira de um colapso. Basta uma derrota na tal Libertadores para que as coisas se aproximem do insustentável na Vila Belmiro e as próprias reações dos jogadores é que dizem isso.

Lucas Lima estressado dentro de campo não é novidade, mas Thiago Maia, Zeca e até Victor Ferraz tendo tais comportamentos mostram um pouco do clima do balneário. O lateral esquerdo explodiu dentro de campo, chutando a bola na torcida após uma vitória de muito pouco futebol. Victor Ferraz decidiu se irritar pelas redes sociais. Mas, o pior talvez seja a negação.

Desde o jogo contra o Red Bull, onde a tragédia já se anunciava, as entrevistas de Dorival Junior eram despreocupadas: ele não ligava para a vulnerabilidade defensiva do time, dizia que o Santos era preparado para atacar. No entanto, tirando a partida contra o Linense, não se viu essa preparação. Em todos os outros jogos, o Peixe foi um time apático, monótono, modorrento… não soube criar nada melhor do que alguns cruzamentos para a área (muitas vezes sem um camisa 9 de ofício a quem procurar).

E os jogadores acompanham o discurso do treineiro: várias são as entrevistas a beira do campo jurando que jogaram bem, que tiveram oportunidade, que faltou o último passe ou que a bola não entrou. Estamos vendo o mesmo jogo? O próprio Ricardo Oliveira, em coletiva, rebateu que não entende as cobranças da torcida.

Durante tais falatórios, tanto jogadores como técnico insistem em lembrar que é um time campeão disso, finalista daquilo, que fez ótima campanha aqui, que sempre jogou bem acolá… não é o bastante e, principalmente, não é desculpa! Não se pode justificar erros do presente dizendo que eles não aconteceram no passado, simplesmente não faz sentido. Pelo que fizeram no passado, parabéns; pelo que estão fazendo no presente, críticas e críticas justíssimas. Enquanto os jogadores não aceitarem isso, as estações vão mudar infinitamente, nada vai mudar…

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