Stade de France, Paris, França. Às 16 horas, no horário de Brasília, será dado o pontapé inicial para a Eurocopa de 2016, a primeira com 24 seleções na disputa. Também graças à novidade, cinco seleções fazem sua estreia na competição, além da volta de outras outrora tradicionais, mas ainda assim tivemos surpresas: Holanda e Grécia fora, a segunda com uma campanha vexatória. Sem mais apresentações, vamos aos grupos e análises das seleções!

euro grupos

GRUPO A

França – Uma das favoritas, deve passar tranquilamente na fase de grupos e, no mínimo, atingir uma das semi-finais. A seleção que recebe o torneio possui até texto exclusivo pra ela aqui. Leia!

Albânia – Estreante em Eurocopa, a Albânia se preocupa apenas em não fazer feio na fase de grupos. Mesmo tendo passado em segundo num grupo com Dinamarca e Sérvia, além do líder Portugal, o fato de ter se classificado para a competição já foi algo muito acima das expectativas e ir além da fase de grupos para eles já seria um sonho.

Romênia – Estava no grupo mais fraco das eliminatórias da Euro e com a Grécia em declínio absurdo. Ainda assim, se classificou na segunda colocação, ficando atrás da Irlanda do Norte. Chega na Euro sem muitas esperanças, em um grupo com a anfitriã e a forte seleção suíça.

Suíça – Mais uma participação do país do chocolate e dos bancos com dinheiro brasileiro em copas importantes. Desde 2004 a Suíça se classifica para todas as Euros e Copas do Mundo que poderia, fazendo boas campanhas e chega mais uma vez forte. Deve passar com certa tranquilidade no grupo, junto com a França.

Após cair nas quartas-de-final da Copa do Mundo para a Argentina, Suíça espera fazer outra boa campanha, agora na Euro

Após cair nas quartas-de-final da Copa do Mundo para a Argentina, Suíça espera fazer outra boa campanha, agora na Euro

GRUPO B

Eslováquia – Fez uma ótima campanha nas eliminatórias e chega credenciada como seleção que pode incomodar, conquistando até vitória em cima da Alemanha, dentro do país da cerveja. Tem em Marek Hamsik seu principal destaque e uma seleção objetiva, que joga simples e sabe o que quer em campo. Pode surpreender na sua estreia em uma edição da Eurocopa.

Inglaterra – É favorita pelo que faz após o vexame na Copa de 2014. Invicta nas eliminatórias e apresentando um bom futebol. Está num grupo difícil, mas deve se classificar. Também mereceu texto individual aqui no Linha. Leia aqui!

País de Gales – Joga a Euro pela primeira vez e possui uma seleção capaz de ir além disso. Bale, Ramsey e Allen fazem uma trinca interessante e o País de Gales pode se aproveitar disso, mesmo neste equilibrado grupo B. Acredito que será uma das beneficiadas com a passagem dos quatro melhores terceiros colocados e fará uma surpresinha das boas. A ver.

Rússia – Uma incógnita. Fez uma boa recuperação num grupo que teve a Áustria como destaque, mas não inspira a confiança de outrora, mesmo estando acostumada a disputar competições de alto nível. Conta em sua maioria com jogadores que disputam a Liga local e pode se beneficiar deste entrosamento – que acabou não dando certo na Copa do Mundo passada, quando foi eliminada logo na primeira fase. Aposto na Rússia como decepção da Euro. (É apenas um palpite, hein?)

Bale e Ramsey são destaques de um país de Gales que pode surpreender.

Bale e Ramsey são destaques de um país de Gales que pode surpreender.

GRUPO C

Alemanha – Grande favorita do grupo. Atual campeã do mundo, a Mannschaft vem pra conquistar a Euro e ser a cereja do bolo alemão, como disse João Rafael neste texto pro Linha.

Irlanda do Norte – Foi líder do grupo F das eliminatórias. Ok, não é lá muita coisa, já que enfrentou Romênia, Grécia, Ilhas Faröe, Finlândia e Hungria. Mas não deixa de ser surpreendente para uma seleção que nunca havia chegado a uma Euro e que se classificaria mesmo com a antiga fórmula com 16 participantes. Sua base joga na Inglaterra, inclusive em divisões menores e o time é forte fisicamente, brigador, mas pouco técnico. Algo além de um último lugar no grupo e uma vitória nesta fase, já seriam motivos de celebração.

Polônia – Foi muito bem nas eliminatórias, batendo inclusive a Alemanha. Tem em Lewandowski sua principal estrela, mas possui outros bons jogadores como Krychowiak, Zielinski, Piszczek, Milik e o experiente Kuba. É a segunda força do grupo e deve passar com os alemães para a segunda fase. Destaque para o jogo importante contra a Ucrânia, numa rivalidade que vem desde a guerra Polaco-Ucraniana.

Ucrânia – Passou com dificuldades no grupo C, de Espanha e Eslováquia, e não joga um futebol vistoso desde os tempos de Schevchenko. É um time envelhecido do meio pra trás, com um goleiro pouco confiável – Pyatov- ,mas com boas peças ofensivas, como Konoplyanka e Yarmolenko. Não acredito que passe da primeira fase entre os dois primeiros, e joga suas fichas contra a Irlanda do Norte e torcendo para campanhas ruins em outros grupos.

Comemoração dos norte-irlandeses escancara: a classificação para a Euro era o objetivo. O que vier agora, é lucro

Comemoração dos norte-irlandeses escancara: a classificação para a Euro era o objetivo. O que vier agora, é lucro

GRUPO D

Espanha – A atual bicampeã europeia vem em fase muito pior do que nos últimos dois títulos. Descredenciada pelos péssimos resultados na Copa do Mundo, onde foi eliminada na primeira fase, por partidas ruins no final das Eliminatórias – mesmo sendo líder de seu grupo sem sustos – e por uma derrota para a GEÓRGIA em amistoso preparatório. Del Bosque não vive seu melhor momento como treinador e fez escolhas questionáveis, como deixar Saúl e Gabi, ambos do Atlético de Madrid, de fora da convocação. Ainda assim, tem um potencial gigantesco e quem é o atual bicampeão nunca pode ser descartado como favorito.

República Tcheca – É um time velho experiente, com nomes como Rosicky, Cech e Plasil. Deve ser a última Euro dos três e eles querem fazê-la valer a pena. A seleção tcheca fez uma ótima campanha nas eliminatórias, deixando a Holanda pra trás e sendo líder do grupo que também tinha Turquia e Islândia. Surpreendente desempenho, após a decepção no caminho para a Copa do mundo no Brasil. promete bons duelos neste equilibrado grupo.

Croácia – Rakitic, Modric, Mandzukic, Kovacic e Perisic. Outros bons nomes na defesa e ataque. Tá bom pra você? A geração croata tem muita qualidade, especialmente do meio pra frente. Mas ainda não conseguiu mostrar isso nas competições. Se classificou apenas na última rodada num grupo que parecia fácil, com Noruega e Itália como principais rivais e precisa se consolidar como equipe nesta Eurocopa, coisa que ainda não conseguiu fazer. E se teve sorte nas eliminatórias, deu azar na fase de grupos agora: enfrentará três fortes equipes.

Turquia – Chega a Euro com uma campanha ruim  nas Eliminatórias, onde se classificou apenas na última rodada (e com a sorte de ser a melhor terceira colocada, nem precisou de repescagem). Mesmo com isso, o time é bom e pode surpreender. A base da equipe joga no futebol turco e as exceções estão nos destaques da equipe: Arda Turan e Hakan Çalhanoglu. Com os dois inspirados, a Turquia deve ser um incômodo neste grupo tão equilibrado e imprevisível.

Bicampeã europeia e uma Copa do Mundo no currículo. Ciclo da geração de ouro espanhola chega ao fim?

Bicampeã europeia e uma Copa do Mundo no currículo. Ciclo da geração de ouro espanhola chega ao fim?

GRUPO E

Bélgica – A ótima geração da Bélgica chega como favorita nesta Euro. Fez ótima campanha nas eliminatórias, fez bons jogos nos amistosos e chegou até a ser primeira colocada no ranking da FIFA – o que não é lá muita coisa, mas ok -. Agora os belgas precisam se consolidar em uma competição, após o resultado regular na Copa de 2014, com atuações abaixo do esperado, mas uma eliminação para outra forte equipe: A Argentina. Agora, a equipe precisa jogar melhor para atingir em competições o posto de favorita que conquistou nos últimos anos. O time sofre na defesa, com a ausência de Kompany, machucado. Os laterais são zagueiros improvisados – Vertonghen e Alderweireld (ou Denayer) – e o miolo de zaga sem o jogador do Manchester City fica enfraquecido, com Vermaelen e Denayer ou Alderweireld. Ciman e Jordan Lukaku ainda brigam por posição nesta defesa que não vêm inspirando muita confiança. Já no ataque, uma constelação. Hazard -mesmo após má temporada no Chelsea-, De Bruyne, Mertens e Romelu Lukaku prometem dar um calor nas defesas adversárias. Algo menos do que uma semi-final para os belgas já será decepcionante.

Itália – Se pegarmos apenas a convocação, os italianos possuem uma das equipes mais decepcionantes dos últimos tempos. Os jogadores não inspiram a menor confiança nos torcedores, reflexo de uma liga local cada vez mais decadente. O futebol italiano precisa urgentemente de uma reformulação. Ainda assim, Buffon, Chiellini e uma seleção experiente, com enorme tradição, tentarão fazer jus ao histórico do futebol na terra da pizza. Mesmo sendo mais nome que bola, a Itália ainda não pode ser considerada carta fora do baralho europeu.

Irlanda – Uma seleção razoável, com quase todos os seus jogadores atuando em clubes ingleses – e, em sua maioria, de menor expressão -. Os irlandeses passaram pela Bósnia na repescagem e sabem que cumpriram seu dever ao jogar em solo francês. Deram sorte de pegar um grupo “acessível” e brigam com Itália, Irlanda e Suécia por duas vagas (sim, creio que aqui saia uma das quatro vagas dos terceiros colocados).

Suécia – Ibrahimovic, alguns nomes conhecidos e experientes como Isaksson e Kallström, mesclado com jogadores promissores. E o que tem pra hoje na Suécia. Não inspira muita confiança e passou pela Dinamarca também na repescagem das eliminatórias. Não parece que vai chegar muito longe, mas…o “Dare to Zlatan” será real agora. Veremos se o sueco é tudo isso mesmo. (Léo feelings)

Os 23 convocados da itália para a Euro. Thiago Motta é o camisa 10 e isso explica muita coisa...

Os 23 convocados da itália para a Euro. Thiago Motta é o camisa 10 e isso explica muita coisa…

GRUPO F

Portugal – Uma seleção surpreendentemente boa, especialmente na parte ofensiva. João Mário, Quaresma em boa fase e Cristiano Ronaldo formam um trio de respeito. Sustentados pelo jovem e promissor Renato Sanches, mais novo contratado do Bayern, e João Moutinho, além de uma zaga com Ricardo Carvalho ou Bruno Alves e Pepe, os gajos tem reais chances de conquistar um título inédito. Para isso, os zagueiros precisam manter o foco na partida -além de Pepe, Bruno Alves é muito violento – e CR7 em forma. Além disso, enfrentam um grupo aparentemente tranquilo.

Islândia – Bateu na trave na hora de vir para o Brasil, mas não deixou a chance escapar para a França. Estreante em Eurocopas e em ascensão desde 2010, os islandeses não possuem um elenco forte, mas uma equipe entrosada e que joga sem responsabilidade, como se estivesse no quintal de casa.Foi segura nas eliminatórias, batendo duas vezes a Holanda e se classificando com uma rodada de antecedência. Gilfy Sigurdsson, do Swansea, é o destaque da equipe mesmo tendo feito temporada só regular na equipe galesa que disputa a Premier League. Destaque também para o vovô veterano Eidur Gudjohnsen, ex Barça e Chelsea, que será o jogador de linha mais velho da Euro, com 37 anos e nove meses.

Áustria – A grande surpresa das eliminatórias. Invicta no grupo de Rússia e Suécia, com nove vitórias e um empate, a seleção chega despontando como “surpresa esperada”, pelo que vêm jogando. O jovem e ótimo david Alaba é o destaque, fazendo quase todas as funções dentro de campo, mas Fuchs, atual campeão inglês pelo leicester, Wimmer e Dragovic, bons zagueiros e Arnautovic e Janko na frente, mostram que o time austríaco tem outras peças boas em campo. Acredito que passa de fase, e que o F será outro grupo que terá três representantes nas oitavas.

Hungria – A seleção do goleirão Király, o homem – E QUE HOMEM- que joga de moletom de dormir. Na realidade, é a melhor coisa dos húngaros. Boa parte de seus jogadores joga no Ferencváros, time local que um dia já foi bom e seus destaques não vivem mais o auge da carreira: Dzudzák, do Bursaspor e Gera, do (adivinha?) Ferencváros, outrora destaque do West Bromwich, da Inglaterra. Deve fazer figuração na Euro e demorar um tempinho para voltar às competições de nível mundial. Que aproveite a viagem para a França.

Gábor Király, 40 anos e usando calça de moletom. Como não amar?

Gábor Király, 40 anos e usando calça de moletom. Como não amar?

É isso, amigos! O Linha Esportiva espera que vocês tenham gostado.E vamos aproveitar esta Eurocopa especial e que promete muito!

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