O sorteio para a Copa do Mundo de 2018 agradou quem gosta de grupos mais parelhos, daqueles difíceis de prever os dois classificados. Mas há uma exceção. Com duas seleções entre as favoritas pra chegar longe e duas que sairão felizes se conseguirem uma vitória na competição, o grupo G deve reservar emoção apenas na última rodada, quando os dois favoritos se enfrentam para, caso nenhum milagre aconteça, brigar pela liderança.

PARA ACABAR COM A DESCONFIANÇA

A ótima geração belga não tem mais a desculpa da inexperiência. Após muito hype e pouco futebol em 2014, Hazard, Lukaku e cia. tem na Rússia a chance de mostrar o motivo de serem tão exaltados ao redor do mundo e terem jogadores nos maiores clubes europeus. Nas Eliminatórias, um absurdo desempenho invicto, com nove vitórias e um empate. Ok, o grupo não era lá dos melhores, mas Grécia (se recuperando depois de ficar de fora até da Euro) e Bósnia (esteve na Copa do Mundo no Brasil) eram bons desafios para a equipe. Com Kevin de Bruyne na melhor fase da carreira no Manchester City e finalmente com laterais confiáveis (Vertonghen, dos Spurs e Lukaku, da Lazio na esquerda e Meunier, do PSG na direita), a Bélgica tem um time capaz de ganhar a Copa do Mundo. O problema está no banco: Roberto Martínez não passa a mesma confiança que seus comandados e sua teimosia, especialmente nas não convocações do romanista Radja Nainggolan, podem prejudicar os Red Devils em 2018.

Treinador: Roberto Martínez

Destaque: Kevin de Bruyne (Manchester City) e Eden Hazard (Chelsea)

Atenção a: Dries Mertens (Napoli)

PRA MOSTRAR UMA NOVA GERAÇÃO

A Inglaterra ainda vive um processo de renovação após a aposentadoria de Ferdinand, Gerrard, Lampard, Beckham e Scholes, na geração que ficou marcada por fracassos mesmo com uma equipe forte. Agora, jovens talentos tentam dar uma cara de menos “flop” à Inglaterra. Não começaram bem, caindo para a Islândia na Euro de 2016, mas é um potencial de equipe que não pode ser descartado. O desafio do ex-jogador e agora técnico Gareth Southgate é encaixar os onze iniciais e passar confiança à uma Seleção que se acostumou com a mediocridade, mesmo tendo bola pra dar mais. Harry Kane, Dele Alli e Sterling vivem ótimos momentos e podem fazer a diferença. O grupo tranquilo também ajuda os Three Lions a sonharem mais alto na Rússia.

Técnico: Gareth Southgate

Destaque: Harry Kane (Tottenham Hotspurs)

Atenção a: Marcus Rashford (Manchester United)

PARA VOLTAR A SONHAR

A Tunísia volta a viver o sonho de jogar uma Copa do Mundo após 12 anos. Tempo que não foi tão grande se considerado que a Seleção africana nunca teve uma grande geração ou um nome forte no futebol mundial, tanto que nas quatro participações em Copas do Mundo conquistou apenas uma vitória: contra o México, em 1978. As águias, apelido da Seleção nacional da Tunísia, ainda deram sorte ao ficar em um grupo tecnicamente frágil nas Eliminatórias com República Democrática do Congo, Líbia e Guiné (o grupo da Nigéria, por exemplo, tinha Zâmbia, Argélia e Camarões). Com tudo isso, conquistar pontos contra os estreantes panamenhos já será motivo de comemoração pelos africanos. Mais do que isso é extremo lucro.

Técnico: Nabil Maâloul

Destaque: Wahbi Khazri, ponta (Rennes – FRA)

Atenção a: Aymen Abdennour, zagueiro (Marseille – FRA) e Youssef Msakni, atacante (Al-Duhail – QAT)

PARA FAZER HISTÓRIA

A seleção do Panamá já se dá por satisfeita de ter conseguido o feito de ir pela primeira vez a uma Copa do Mundo, desbancando Estados Unidos e Honduras. É a primeira seleção da CONCACAF a estrear em uma Copa desde Trinidad e Tobago em 2006. O gol do zagueiro Román Torres, fazendo cosplay de atacante nos últimos minutos da partida contra a Costa Rica e dando início a uma festa ensandecida dos panamenhos foi um dos momentos mais emocionantes das Eliminatórias ao redor do mundo.Mas deve parar por aí. Apesar de forte fisicamente e consciente dentro de campo, é a seleção mais fraca tecnicamente entre as 32 classificadas para esta fase final e ainda deu azar de pegar um grupo tão díspar em qualidade. Levar um pontinho para a América Central já seria um sonho.

Técnico: Hernán Darío Gómez

Destaque: Román Torres, zagueiro (Seattle Sounders – EUA)

Atenção a: Blas Pérez (Municipal – GUA), Luis Tejada (Universitario – PER), atacantes e maiores artilheiros da história da seleção

Palpite: Bélgica lidera o grupo, seguida por Inglaterra nas oitavas de final. Tunísia fica em terceiro e o Panamá será o lanterna.

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