Quando Guardiola desembarcou em Manchester para sua primeira experiência como técnico de um time inglês, os torcedores do Manchester City e a mídia esportiva logo se animaram. Afinal, com um dos melhores (se não o melhor) técnico do mundo no comando e dinheiro farto para investir era quase certeza que os citizens de cara teriam sucesso.

Entretanto, não foi o que aconteceu. Um frustrante terceiro lugar na Premiere League, somados aos insucessos nas Copas Nacionais e a eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões deixaram Guardiola pela primeira vez sem títulos em uma temporada na carreira e a necessidade de repensar como investir o patrimônio do clube para a nova temporada.

Em seu segundo ano a frente do time de azul de Manchester, o treinador catalão percebeu que o maior problema era a defesa, principalmente os laterais, com jogadores limitados tecnicamente e já veteranos, com anos de casa. Guardiola dispensou o ídolo Zabaleta (nove anos de clube), além dos também experientes Sagna, Clichy e Kolarov. Em troca, gastou milhões de euros nos jovens Walker, Danilo e Mandy. Jogadores que têm capacidade física e técnica para marcar atrás e proporcionar qualidade no apoio ao ataque com a mesma eficiência. Para o gol chegou o brasileiro Éderson, destaque no Benfica, após as atuações irregulares de Claudio Bravo e do dispensado Caballero na temporada anterior.

Para o meio campo e o ataque, o único reforço foi o meia Bernardo Silva, destaque do Mônaco semifinalista da Champions League. Guardiola dispensou jogadores que estavam no clube há algum tempo e não tinham a mesma qualidade técnica para atuar em uma equipe de ponta da Premier League (Nasri, Nolito, Jesus Navas).

Além dos reforços, jogadores que já faziam parte do elenco iniciaram muito bem a nova temporada. Com mais entrosamento, Aguero e Gabriel Jesus têm se entendido bem como dupla de ataque, mas ambos têm a posição ameaçada pelo ótimo momento dos pontas Sané e Sterling. No meio campo, De Bruyne e David Silva formam uma dupla de “enganches” que poucos times no planeta possuem e também iniciaram a temporada de maneira muito positiva na construção do jogo ofensivo do City.

O bom rendimento em campo têm se refletido nos resultados. Na Premier League, os citizens são líderes, ao lado do rival Manchester United, com 5 vitórias, um empate e um ataque avassalador que aplicou três goleadas seguidas (5 a 0 no Crystal Palace, 6 a 0 no Watford e 5 a 0 no Liverpool). Na Liga dos Campeões o desempenho também é ótimo: duas vitórias e 100% de aproveitamento na fase de grupos.

Com um futebol de qualidade, que une posse de bola e marcação sob pressão para recuperar a bola que está com o adversário, o Manchester City surge como um dos grandes times europeus da temporada, candidato ao título inglês e a quebrar a hegemonia do Real Madrid na Champions Lague. Se vai conseguir é outra história, mas jogadores de potencial e um treinador de ponta são requisitos básicos que a equipe possui.

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