Enquanto a “novela Coutinho” continua e ainda parece render muitos capítulos, o Liverpool vai mostrando a cada partida que há vida sem o brasileiro. Após se classificar com folga para a fase de grupos da Champions League, com um sonoro 6 a 3 no Hoffenheim, da Alemanha, os reds apresentaram mais uma vez um ótimo futebol. Desta vez uma goleada impiedosa por 4 a 0 no clássico contra o Arsenal, no Anfield.

É bem verdade que Arsène Wenger deu uma bela contribuída para o resultado: começou a partida com Welbeck de centroavante, deixando Lacazette e Giroud no banco. Inventou Héctor Bellerín na ponta esquerda, deixando Kolasinac, de ótimo começo de temporada, também na reserva. A escalação inicial deu o prelúdio de uma tarde para esquecer para o time do norte de Londres.

Por outro lado, Jürgen Klopp também ousou. Deixou Mignolet e Alexander Arnold de fora do confronto, começando a partida com Karius e Joe Gomez, além de Alberto Moreno na esquerda (Robinson foi liberado para acompanhar o nascimento do filho). Todos muito contestados pelos torcedores do Liverpool. Só que, para o alemão, as coisas deram muito certo.

O massacre começou logo aos 8 minutos, quando Salah perdeu gol incrível, cara a cara com Cech. O goleiro tcheco fez ótima defesa. Porém, oito minutos depois, não conseguiu evitar o gol de Firmino (o quarto dele em 4 jogos contra os Gunners), em belo cruzamento (e de pé esquerdo!) de Joe Gomez. O Liverpool envolvia o Arsenal, não deixava o meio campo do adversário respirar e apostava em contra ataques com o trio ofensivo mais veloz do futebol inglês. E deu certo.

Em contra ataque rapidíssimo, puxado por Can e Firmino, Mané recebeu na esquerda, cortou pra direita e mandou um balaço. Golaço do destaque do Liverpool neste último ano (Coutinho who?). O primeiro tempo terminou com um massacre do time da casa, com um Arsenal completamente perdido.

Na segunda etapa, o Arsenal começou querendo diminuir a vantagem e um pouco mais ligado na partida. Até a ducha de água fria, aos 12 minutos, quando Bellerín dominou muito mal um rebote de escanteio. Salah ganhou, carregou a bola até o outro lado do campo e marcou o terceiro. A vitória foi sacramentada com Sturridge, após belo cruzamento de Salah.

O retrato de um Liverpool elétrico, maluco e genial, por Mohamed Salah

Mais do que a goleada, a atuação do Liverpool reafirma a força da equipe contra times do mais alto escalão do futebol inglês, mostra mais solidez no meio de campo e uma força de ataque que deve assustar Europa afora. Na temporada passada os Reds já tiveram o melhor desempenho contra equipes do Top 6 da Premier League e parecem repetir isso neste ano. Can se torna cada vez mais imprescindível nesse meio de campo vermelho, e fez uma atuação de gala frente ao Arsenal. Gini Wijnaldum cresce absurdamente contra adversários mais fortes e apareceu mais nessa partida do que em todas as outras neste início de temporada. Henderson é o nome certo para dar fluência ao jogo do Liverpool, segurando as pontas para Can e Gini fazerem a transição ofensiva tão importante neste jogo rápido executado pelos reds.

Com a volta de Lallana e nomes no banco como Sturridge e Solanke, o Liverpool dá mostras de que terá mais uma temporada de futebol muito competitivo pela frente. Com ou sem o meia atacante brasileiro, que mostra uma face desconhecida e decepcionante para o torcedor dos reds, o time entra forte na temporada 2017/2018. Há vida sem Coutinho!

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