Em 2014, a Inglaterra fez campanha pífia na Copa do Mundo, sendo eliminada na primeira fase e sem nenhuma vitória nas três partidas que fez na competição. Dois anos depois, vai à França com uma equipe remontada, em alta e com um desempenho perfeito nas eliminatórias.

Após a frustração em 2014, o English Team continuou confiando no trabalho de Roy Hodgson para fazer a transição da equipe que perdia dois de seus principais pilares nos últimos anos: Steven Gerrard e Frank Lampard. As lendas se aposentaram da seleção em 2014 e puseram fim a uma geração que criou muita expectativa e gerou frustração. O meio com Scholes, Gerrard, Lampard e Beckham botou mais medo no papel do que em campo. Para mudar o estigma de seleção arregona decepcionante em competições, o técnico inglês priorizou jogadores jovens, montou um esquema ofensivo e conseguiu a primeira colocação irretocável nas eliminatórias para a Euro, com 100% de aproveitamento num grupo que contava com a forte seleção Suíça.

Hodgson também foi “ajudado” por companheiros de trabalho, especialmente Mauricio Pochettino. O treinador do Tottenham descobriu vários talentos que estão na seleção, e lapidou o talento de outros. Walker, Rose, Dele Alli, Dier e Kane fizeram ótimo campeonato inglês, deixando os Spurs na segunda colocação e com vaga na Champions, sendo figurinhas carimbadas nesta última temporada na esquadra dos três leões.

Dele Alli, Dier e Kane comemoram gol pelo English team: Tottenham forma a base da seleção inglesa

Dele Alli, Dier e Kane comemoram gol pelo English Team: Após temporada apresentando bom futebol, Tottenham forma a base da seleção inglesa

Além deles, Sterling, mesmo em temporada abaixo do esperado no City, Stones e Barkley, ambos do Everton e Marcus Rashford, na sua primeira temporada como profissional do Manchester United, são jovens com futuro promissor e muito talento. O último ainda merece destaque especial: Rashford tem apenas 18 anos e estava no sub-21 do United até a metade desta temporada. Com a lesão de Rooney e a escassez de atacantes nos Diabos Vermelhos, o garoto foi chamado para compor o elenco principal. Semanas depois, Martial, o último jogador de frente a estar saudável no grupo, se machucou durante o aquecimento da partida contra o Midtjylland. O garoto foi escalado como titular, numa prova de fogo. E quem disse que ele sentiu o peso? Após sair perdendo para os dinamarqueses, o Manchester virou para 5 a 1 com dois gols dele. Três dias depois, Rashford continuou na equipe titular e anotou mais dois tentos e uma assistência na vitória por 3 a 2 sobre o rival Arsenal. Pronto, virou figura importante no time e queridinho da torcida, desfilando ótimo futebol. Foi chamado para o grupo dos 26 pré-convocados na seleção inglesa e, na sua primeira chance, adivinha? Gol com três minutos de bola rolando. Ele fez gol no primeiro chute que deu na Europa League, na Premier League e na seleção inglesa, além de ser o jogador mais jovem a marcar pelo United em uma competição europeia e pela Inglaterra em uma estreia. Tem pouca estrela o garoto?

Rashford comemorando seu primeiro gol com a camisa da Seleção.

Rashford comemorando seu primeiro gol com a camisa da Seleção.

Neste grupo de 26 pré-convocados, três tiveram de ser cortados para a disputa do maior campeonato de seleções da Europa, e a ausência mais sentida é a do meia Drinkwater. O jogador do Leicester foi campeão inglês e parte de um ótimo meio de campo fazendo dupla com Kanté, mas foi preterido por Roy Hodgson, que chamou os recém recuperados de lesão Wilshere e Henderson. Apesar do canhoto do Arsenal ter mais qualidade técnica e o capitão do Liverpool ter mais nome e “peso” em campo, mesmo sendo um grande perna de pau a temporada de Drinkwater foi melhor e ele merecia uma vaga entre os 23, estando no auge de sua carreira. Além disso, está 100% fisicamente e ajuda bastante defensivamente. Delph e Towsend foram os outros dois que ficaram de fora da lista final – algo que era previsível -, além de Welbeck, recorrentemente convocado, mas que não figurou em nenhuma das listas por estar lesionado.

A maior parte dos convocados vive fase técnica boa, especialmente os atacantes. Rashford, como foi citado, Sturridge – fez bom final de temporada com o Liverpool -, e a dupla que deve infernizar as defesas adversárias: Kane e Vardy. O meio de campo é sólido e com muita qualidade técnica, mas a defesa ainda sofre pela inexperiência internacional e pela falta de um líder, apesar de Cahill e Stones formarem uma dupla de zaga decente.

Harry Kane e Jamie Vardy: Dupla vive fase esplendorosa e deve dar trabalho na Euro.

Harry Kane e Jamie Vardy: Dupla vive fase esplendorosa e deve dar trabalho na Euro.

Portanto, a Inglaterra chega na Eurocopa como favorita e renovada da maneira perfeita. Resta saber se conseguirá repetir o êxito em uma competição, e já terá bons testes logo de cara. O grupo com País de Gales, Eslováquia e Rússia não é dos mais fáceis e o English Team já terá que mostrar seu futebol logo na primeira fase, algo não muito difícil devido a essa boa geração, confiante após a temporada que tiveram. Os ingleses devem conseguir um bom desempenho em solo francês e atingir ao menos uma semi-final, algo que já mudaria seu patamar internacionalmente e colocaria os “Three Lions” como uma das melhores e mais promissoras seleções do mundo.

Confira a lista completa da Seleção Inglesa convocada para a Euro 2016:

Goleiros: Joe Hart (Manchester City), Fraser Forster (Southampton) e Tom Heaton(Burnley)

Defensores: Kyle Walker (Tottenham), Danny Rose (Tottenham) Gary Cahill (Chelsea), Chris Smalling (Manchester United), Nathaniel Clyne (Liverpool), John Stones (Everton), Ryan Bertrand(Southampton).

Meio-campistas: James Milner (Liverpool), Adam Lallana (Liverpool), Jordan Henderson (Liverpool), Eric Dier (Tottenham), Ross Barkley (Everton), Dele Alli (Tottenham) e Jack Wilshere (Arsenal).

Atacantes: Raheem Sterling (Manchester City), Harry Kane (Tottenham), Wayne Rooney (Manchester United), Daniel Sturridge (Liverpool), Marcus Rashford (Manchester United) e Jamie Vardy (Leicester).

england squad

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