Esse texto será algo bem diferente do que você está acostumado a ler aqui no Linha Esportiva. Ele não é uma análise, uma carta, tampouco um crônica. Ele é apenas história.

História de uma pessoa que você pode não ter ouvido falar, mas conhece muito bem o legado que ele deixou. Principalmente se você for carioca. História essa que você precisa conhecer, até mesmo pelo legado que fora deixado pelo artista. Se você não sabe, suas criações estão estampadas no coração de milhões de torcedores.

Estampa que muitas vezes ultrapassam barreiras. São marcadas na pele do aficionados, em imagens, paredes e por aí vai. Você já ouviu falar em Lamartine Babo?

Fanático torcedor do tradicional América, o Ameriquinha, Lamartine Babo nasceu no mesmo ano de fundação de seu clube do coração, em 1904. Um dos doze filhos de Leopoldo Babo e Bernarda Gonçalves. Apenas um dos três que chegaram até a vida adulta.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na antiga Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual UFRJ. Mas foi na música que o bamba trilhou seu caminho. Muitas de suas letras são cantadas até hoje na época de Carnaval. Que atire a pedra quem nunca entoou os versos de “O Teu Cabelo Não Nega“.

 

Com letras irreverentes, Lamartine não precisou de muito tempo para ganhar o título de Rei do Carnaval. Suas canções conseguiam misturar o sentimento com a gozação, gerando canções únicas, como Grau 10, Linda Morena e A Marchinha do Grande Galo.

Agora você deve estar se perguntando: E o que cargas d’água ele tem a ver com o mundo esportivo, já que este é um blog de esporte? Explico. Não sei vocês, mas penso que existem três coisas de um time que você não execra: estandarte, escudo e hino. E é justamente na parte final desta tríade que nosso personagem aparece. Muitas vezes.

O ano era 1949, ao que o Vasco ganhara seu oitavo carioca.  Naquele ano, Lamartine foi o responsável por compor nada menos do que o hino popular dos onze time que disputaram aquele campeonato. Ele compôs canções para o América, time do coração, além de Vasco da Gama, FluminenseFlamengoBotafogo e Bangu. O curioso é que, reza a lenda, todos estes tiveram seus hinos compostos no mesmo dia. Além deles, também ganhar sua canções Madureira, São Cistovão, Bonsucesso, Olaria e Canto do Rio.

Não estranhe ao ler hino popular. Pode parecer estranho, mas alguns times contam com dois hinos, sendo o oficial e uma versão popular. Trazendo para o contexto do futebol de São Paulo, o Santos possui hinos diferentes. O Peixe tem o “Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos vive no meu coração” de Carlos Henrique Paganetto Roma, como oficial, enquanto a canção “Leão do Mar“, de Mangeri Neto e Mangeri Sobrinho, é a versão conhecida pelo grande público.

Lamartine Babo foi o responsável por dar nova voz para milhões de torcedores. Graças a eles, Lamartine ficará eternizado por todo o sempre. Enquanto o futebol carioca existir, a alma se Babo estará em boas mãos, já que, como ele cantou o hino do América, “hei de torcer, torcer, torcer… Hei de torcer até morrer, morrer, morrer…

Comentários

comentário