Alejandro Silva e Sand comemoram a vaga inédita (Foto: Eurosport)

Talvez nem mesmo o mais fanático torcedor do Lanús acreditaria em uma noite como a de ontem. A missão já não era das mais fáceis depois de ter perdido o primeiro jogo, no Monumental, por 1 a 0. Mas ter uma desvantagem de 2 a 0 em casa e mostrar que o impossível não existe no futebol era algo que nem mesmo os criadores de Stranger Things seriam capazes de escrever nas histórias do mundo invertido.

O choro ao final do jogo de jogadores e torcedores reflete a improbabilidade do resultado. 4 a 2, árbitro de vídeo sendo acionado pela primeira vez na competição, Marcelo Gallardo com cara de glúteo flácido sentado no banco do River e muita emoção para a hinchada grená, que chega pela primeira vez à decisão da Libertadores.

O Lanús não tem a grife da maioria dos outros participantes argentinos que esteve no torneio. River Plate era o favorito. Estudiantes, com sua camisa pesada, era apontado para ir longe na competição. San Lorenzo, após se classificar nos instantes finais do último jogo da primeira fase, era cogitado para estar entre os melhores. Mas foi o pequeno clube da província de Buenos Aires quem fez por merecer à vaga na inédita final.

E começou a fazer por merecer desde o ano passado, quando foi campeão argentino ao vencer o San Lorenzo por 4 a 0. Colocou mais lenha na fogueira dos sonhos de cada torcedor ao derrotar o próprio River Plate na final da Copa Argentina por 3 a 0.

Tirando o jogo de ontem, em que o torcedor achou que o sonho tinha ido por água abaixo, os hinchas desejavam, talvez, como ninguém a vaga na finalíssima. Em março, diante do Racing, pelo Argentino, em plena Alvellaneda, estrearam uma música em que deixavam claro: “Este año quiero la Copa Libertadores”. A canção é uma paródia ao hit Tracionera, do colombiano Sebastián Yatra, e foi um dos impulsos do time, em campo, para fazer o desejo da torcida estar, neste momento, a um passo de ser realidade.

Jorge Almirón faz a festa dentro de campo depois do apito final (Foto: Diário Popular)

E por falar em torcedor, dentre os milhares que estavam em La Fortaleza ou sofrendo em casa, Lautaro Acosta é um deles. Autor do 3º gol da partida (o da virada), ele é prata da casa e participou dos títulos nacionais do Lanús (2007 e 2016), além de ter ajudado a levantar o caneco da Sul-Americana de 2013, quando a equipe argentina venceu a Ponte Preta na final.

O Lanús espera agora seu adversário na decisão. Deve ser o Grêmio, que venceu o Barcelona de Guayaquil, no Equador, por 3 a 0, na primeira partida. Independente de quem seja o rival, é certo dizer que será uma final inédita e cheia de emoções, onde o impossível estará no roteiro para acontecer novamente.

Comandante do time argentino, Jorge Almirón já mandou o recado de que viu a equipe brasileira atuar e acredita ser possível vencer. Assim como ele, a torcida também confia e quer conquistar o tão sonhado título.

O Lanús já mostrou sua força e sua aliança com o extraterrestre ao conseguir chegar à final. Agora é hora ir em busca fazer mais história ainda nos dois jogos mais importantes da história do clube.

Eu acredito no Lanús! E você, acha que não é possível?

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