Após a saída de Cuca, técnico campeão brasileiro, o Palmeiras agiu rápido no mercado e anunciou Eduardo Baptista, que estava na Ponte Preta, como seu novo treinador. Aos 46 anos de idade, Eduardo é filho do também treinador Nelsinho Baptista e ainda um técnico jovem,  que não tem títulos de grande expressão. Sua carreira começou em 2014, no Sport, após anos como preparador físico. O Palmeiras é apenas o quarto time que ele dirige. Sport, Fluminense e Ponte Preta foram os outros.

Se ainda não tem títulos de expressão, Eduardo Baptista conquistou aqueles que acompanham futebol pelo seu conhecimento e trabalho em campo. Eduardo é de uma nova geração de treinadores do futebol brasileiro preocupada em estudar e se atualizar constantemente, adotar os mais modernos métodos de treinamento e acompanhar com atenção os jogos do futebol europeu, trazendo os modelos de jogo e as ideias de futebol que os gringos colocam em prática para o cotidiano do futebol canarinho. Eduardo faz parte dos “estudiosos”, assim como Roger Machado e agora Rogério Ceni, perfil de treinador que aos poucos estão substituindo os “boleiros”, que tratam o futebol como dom e sem a necessidade do profissional se aperfeiçoar, como Renato Gáucho.

Com o novo treinador anunciado e conhecendo o perfil, o torcedor palmeirense já começa a imaginar como seu time deverá jogar em 2017. Analisando o que Eduardo fez em seus times, o palmeirense pode esperar algumas semelhanças, mas também algumas mudanças em relação ao time de Cuca.

Um deles é a marcação. Cuca gostava de trabalhar com a marcação individual, no qual cada jogador tinha seu próprio marcador. Já Eduardo Baptista prefere a marcação por zona, em que cada jogador é responsável por uma parte do campo.

Outra diferença entre os treinadores é a presença do centroavante de área. Se Cuca preferiu três homens rápidos, com Gabriel Jesus fazendo a função de “falso 9”, Eduardo sempre utilizou em seus times um camisa 9 de ofício. Foi assim com André no Sport, Fred no Fluminense e Roger na Ponte Preta. A renovação de Alecssandro e as buscas por Pratto ou Borja como reforços pode ser um indício de que o treinador vá usar um atacante de área também no Palmeiras.

Apesar das diferenças, Eduardo Baptista e Cuca também apresentam algumas semelhanças em seus trabalhos. Eduardo gosta de pressionar a saída de bola do adversário para sair rapidamente em contra-ataque. Na armação das jogadas, é raríssimo a presença do chutão ou do lançamento longo e os volantes têm importância fundamental pra que isso aconteça, sempre utilizando jogadores técnicos e de bom passe. No Palmeiras, deverá ser normal ver Tchê Tchê ou Moises na função de volante que joga mais atrás, armando e saindo para armar o jogo. Jogadores menos técnicos devem perder espaço, como Thiago Santos.

Outra arma utilizada pelo Palmeiras, os laterais na área, pode continuar. Eduardo utilizava esse recurso no Sport e tem em Moises um grande trunfo no Palmeiras. Depois do Cucabol, vem aí o Eduardo Baptistabol, para tristeza do comentarista Mauro Cezar Pereira.

Considerando que em seu último time, a Ponte Preta, Eduardo Baptista fez uso do esquema 4-1-4-1 e ainda sem o grande centroavante pretendido, uma possível escalação do técnico no Palmeiras seria:

 

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Possível escalação de Eduardo Baptista no Palmeiras. (Reprodução/LineupBuilder.com)

 

O grande entrave para Eduardo Baptista brilhar no Palmeiras será a falta de experiência. Por outro lado, o jovem técnico terá em mãos o melhor elenco e o clube mais estruturado que já dirigiu até hoje. Será o maior desafio da carreira e a chance de Eduardo entrar de vez na galeria dos grandes treinadores brasileiros.

 

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