Por Caroline Santo

Século XXI

Eu sou mulher e gosto de esportes. Um, em especial. O amado e viciante futebol, aquele no qual onze homens correm incansavelmente por 90 minutos com um só objetivo: vencer.
Não, eu não assisto os jogos para escolher qual o jogador mais bonito, ou para agradar qualquer outro homem. E antes que pergunte, sei a regra do impedimento e posso te explicar, pacientemente, qualquer outra regra que você, no auge de sua masculinidade futebolística, possa ter.

Ser mulher no futebol é remar contra a maré. Ir contra tudo o que se prega nos lares tradicionais, onde o filho gosta do esporte e a filha é induzida a assistir novelas das 21h. Ser mulher no futebol é enfrentar comentários preconceituosos e ser testada insistentemente. Ser mulher no futebol é encarar o machismo de perto.
Em 2004, Joseph Blatter publicou uma nota pedindo para que as mulheres entrassem em campo com roupas mais femininas e apertadas. Oras, senhor Joseph, ou qualquer outro homem que compartilhe desse pensamento, sinto lhe informar, mas não estamos aqui para isso.
Estamos no esporte por amor. Pelo turbilhão de sensações que ele nos faz sentir. Nós entendemos, sim, de futebol. Jogamos, acompanhamos campeonatos, produzimos e divulgamos notícias. Não precisamos nos expor fisicamente para provar nossa capacidade a ninguém. Provamos o quanto somos competentes praticando as mesmas ações que vocês, homens.

Este espaço também é nosso e o ocuparemos por direito. Mas, acima de tudo, por merecimento.

Comentários

comentário