Philippe Coutinho fez no último domingo sua segunda partida como jogador do Barcelona, a primeira na Liga Espanhola e também como titular. O meia foi substituído no segundo tempo da virada sobre o Alavés por 2 a 1. Com atuação discreta, a partida já serviu para o técnico Ernesto Valverde começou a pensar novas formas de armar a equipe catalã com a presença do brasileiro.

O Barcelona entrou em campo modificado contra o time do País Basco. Os laterais Sergi Roberto e Alba, poupados, deram lugar a Semedo e Digne. No meio campo Busquets também foi preservado para a escalação de uma linha de quatro com Iniesta na esquerda, Paulinho e Raktic no meio centralizados e Philippe Coutinho na direita.

O que se viu após o apito inicial foi um dos primeiros tempos mais fracos do Barça na temporada. Muito pela falta de capacidade dos laterais reservas de irem a linha de fundo, mas também pela falta de mobilidade do ataque e o desconforto de Philippe Coutinho, consagrado no Liverpool atuando do lado esquerdo e trazendo a bola para o meio, ao atuar pelo lado direito do campo. A fraca atuação  coletiva na etapa inicial resultou no campo defensivo exposto e a abertura de placar pelo Alavés.

As coisas voltaram ao normal na segunda etapa, com as entradas dos laterais titulares Sergi Roberto e Alba e do atacante Alcácer no lugar de Philippe Coutinho. Com o entrosamento da equipe que já vem jogando junto, o Barcelona chegou a virada com gols dos craques Messi e Suárez e segue na liderança tranquila do Campeonato Espanhol, com 57 pontos, 11 a mais que o vice-líder Atlético de Madrid.

Apesar da atuação ruim de Philippe Coutinho, a vitória suada serviu para o técnico Ernesto Valverde tirar importantes conclusões sobre como o camisa 14 pode ou não ser útil nos próximos jogos.

Jogando no esquema 4-4-2, como o Barça vem adotando desde a lesão de Dembelé, Coutinho se sente mais a vontade atuando pela esquerda, na função que Iniesta tem feito atualmente. Além da qualidade de armar o jogo, cortar para o meio e bater no gol, como nos tempos de Inglaterra, pode ser uma peça importante para revezar e descançar o veterano espanhol de 33 anos. Há ainda a possibilidade do brasileiro atuar por dentro em um esquema de quatro meio campistas, semelhante ao que Tite faz na seleção brasileira quando escala Coutinho no lugar de Renato Augusto e Willian do lado direito. Continuar atuando na direita vai nos próximos jogos vai exigir mais treinamento e aprimoramento, além de talvez maior demora para que o brasileiro comece a apresentar o mesmo futebol visto no Liverpool.

Se Valverde preferir retornar ao esquema das últimas temporadas, o 4-3-3 que consagrou o trio MSN, Coutinho poderá atuar mais avançado, como um dos atacantes pela esquerda. Messi vai pela direita e Suárez fica centralizado em um hipotético poderoso trio de ataque MSC.

Seja qual for a posição e o esquema tático adotados, a primeira partida mostrou que Coutinho no Barcelona necessitará de um tempo de ambientação e adaptação ao novo clube, aos companheiros e ao campeonato para alcançar seu melhor rendimento. Já Ernesto Valverde tem a certeza que ganhou um presente (de 160 milhões de euros) para levar o clube catalão de volta aos títulos da Liga Espanhola e da Champions League.

 

 

 

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