A cerveja Amstel começou a patrocinar a Copa Libertadores da América neste ano. Talvez inspirada no sucesso que faz a Heineken utilizando a marca da Champions League, a Amstel fez um filme publicitário bem bacana. Nesse filme, há uma frase que parece que muitos esquecem: “ESSE NÃO É UM TORNEIO EUROPEU”. Então, por que diabos tentam tanto copiar as coisas do velho continente? Final em campo neutro e em apenas um jogo na Copa Libertadores é uma piada de mal gosto.

Eu poderia comentar, ainda, sobre outro atentado ao futebol como um todo. Na propaganda da cerveja, o texto diz “aqui é tudo mais barulhento; os estádios não tremem, eles pulsam”. No Brasil, as Arenas foram um atentado contra esse “barulho” que remete, obviamente, ao torcedor. É cristalino, e já provado por pesquisas, que o futebol brasileiro passa por uma elitização. Mas isso é papo para outro texto.

A intenção da Conmebol de realizar a final da Libertadores se baseia em que? No modelo de sucesso da Champions League? Será que é tão difícil enxergar todas as diferenças em todos os âmbitos?

Logística! A Europa é um continente de dimensões infinitamente menores e de um povo com maior poder aquisitivo. Sair da Alemanha para ir à Inglaterra ou da Itália para ir à Turquia é totalmente diferente do que sair do Brasil para ir ao Peru ou aos Estados Unidos (Lima e Miami são possíveis locais).

Espetáculo! A Libertadores é uma competição muito almejada, mas passa longe de dar os espetáculos que a Champions dá, tanto pelos atletas que aqui jogam, quanto pelo estilo de jogo típico da competição. É um exercício fácil: se tivéssemos Lanús x Barcelona (EQU) jogando a final da Libertadores no Maracanã, você iria?

Outra mudança que também está em pauta é a transformação do Mundial Interclubes, que acontece todo ano, em uma competição maior, realizada a cada quatro anos. Se já é complicado manter o time campeão para a disputa do Mundial no mesmo ano, em quatro eu não me surpreenderia se nenhum jogador da campanha vitoriosa na Libertadores disputasse o Mundial.

Por enquanto, nem a Conmebol, nem a FIFA, bateu o martelo. Fica o pedido: não matem a minha Libertadores! Não matem o Mundial! Parem de destruir o que dá certo tentando copiar o que não faz sentido ser copiado.

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