Um minuto de silêncio…
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Ao Atlético Mineiro.
Para um jogador brasileiro.
Num roteiro sorrateiro.

Nessa rima de “eiros”, esconde-se Robinho e Atlético num bueiro. Depois de ser acusado e condenado por nove anos pela justiça italiana por participação em um estupro coletivo de uma jovem albanesa em uma discoteca em Milão, Robinho e seu clube não se pronunciaram, nem se manifestaram sobre a sentença fadada há quase um mês. Mesmo após torcedoras do galo mineiro terem protestado com gritos e faixas na porta da sede do clube pedindo um esclarecimento oficial sobre tais acontecimentos, a diretoria do clube se manteve em profundo silêncio e preferiu se calar diante de um grande problema social que transcende o esporte e assola o mundo ainda hoje, mesmo após os inúmeros avanços e as conquistas realizadas pelas mulheres no tempo perante à sociedade. Futebol é paixão, mas nessa discussão, só existe uma razão. Fugir não é a melhor solução. Seguir em frente não é uma opção. Encarar os fatos e expor uma ação, é dever do Atlético Mineiro, um clube campeão, mostrando que nessa ocasião o fair play fora das quatro linhas, saia dessa total descrição.
Inocente ou não, Robinho tem o direito e deve ser julgado e condenado justamente como qualquer outro cidadão que é acusado de cometer um crime e, se confirmado, deve pagá-lo.
Não podemos banalizar e fechar os olhos, como Atlético Mineiro e sua diretoria estão fazendo, silenciando-se, diante de um problema que afeta os quatro cantos do planeta, problema este que não leva em conta as classes sociais ou econômicas, ou até mesmo, os limites geográficos. Simplesmente afeta todas as mulheres, independente de qualquer fator.
A violência contra a mulher na sociedade não é criada pela cultura, mas é a cultura que determina a violência contras as mesmas.

Conivente e covarde, o clube se apequena em suas atitudes, não tendo sequer um pronunciamento de seu presidente, Daniel Nepomuceno, nenhuma fala de Robinho, além da vergonhosa disputa pela eterna joia santista, que recebeu proposta do Santos Futebol Clube para retornar a baixada, não demonstrando sequer desconforto com tal situação.

Em um país onde o Richarlysson tem holofotes por ser notado e “julgado” sobre sua orientação sexual e não sobre sua trajetória vitoriosa no futebol, Robinho é endeusado ainda por muitos, em um meio onde o machismo predomina e expõe um lado sombrio e sem avanço da sociedade.
Portanto, o Atletico é rebaixado novamente, dessa vez fora dos gramados por sua postura pífia e silenciosa, que ao invés de prostrar-se como o Time da Massa, dando voz às torcedoras e se posicionando perante à sociedade, torna-se patético, patético mineiro.

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