O futebol não cria mais ídolos. Não falo de títulos. Não. Ser ídolo de uma torcida é muito mais do que ganhar troféus. Ser amado pelas arquibancadas, hoje, parece coisa do passado.
Foi em 28 de maio de 2017 que talvez o último dessa estirpe tenha perecido.
“Ter nascido romano e romanista é um privilégio. Sou orgulhoso e feliz por ter dado a vocês 28 anos de amor. Eu amo vocês”.
Francesco Totti vai viver para sempre nos corações dos romanistas. Se estivéssemos na idade média, diriam: Os bardos cantarão mil anos sobre seus feitos.
Foram 27 anos de Roma, mas não é apenas sobre o tempo. Totti cansou de rejeitar propostas de clubes gigantes europeus.
“Your home is the most important thing in life”, escreveu o jogador no site theplayerstribune.com
Os valores parecem ter mudado ao longo dos anos no meio futebolístico. Substitua home por money e pronto: temos a nova máxima da atualidade.
E foi seguindo essa máxima que Neymar trocou o Barcelona pelo PSG e o Santos pelo clube catalão antes disso. Ibrahimovic é outro grande exemplo: atuou nos maiores clubes do mundo, conquistou importantes troféus por onde passou e, ainda assim, não é ídolo de lugar algum.
Ninguém se importa mais com a sua casa. Já há algum tempo o futebol é paixão apenas para nós torcedores.
Os bardos cantarão mil anos sobre os feitos de Neymar, Ibrahimovic e outros jogadores dessa categoria? Com certeza cantarão, mas nunca será a primeira música. Nunca será o primeiro pedido de nenhum amante de futebol.