É, Neymar, você não me conhece e, muito provavelmente, não conhece o caro leitor também, você tem uma ideia, mas não sabe de verdade o quanto nos decepcionou; o quanto me decepcionou.

Você nunca saberá quantas brigas eu já comprei com pessoas que me amam muito mais do que você só pra te defender. O quanto já esfreguei cada sucesso seu na cara de cada pessoa que disse que você era “craque de Paulistão”, que “só fazia gol no Naviraiense”, que te chamava de “Neymídia” e “cai-cai”.

Dá pra acreditar? Eu te defendi de ser cai-cai. E como você retribuiu a minha confiança e a do caro leitor? Anos atrás eu tinha certeza que você amadureceria, deixaria certas atitudes de lado e tinha convicção de que no dia 15 de julho de 2018 eu estaria comemorando sua consagração, mas não…

Por falar em passado, eu tenho uma confissão: no dia que anunciaram que você estava fora da Copa do Mundo de 2014, eu chorei. Não foi um choro qualquer. Eu chorei copiosamente porque eu sabia o quanto você queria estar ali. Eu admito que peguei todos os vídeos de tudo que você tinha feito para assistir de novo e ouvi no repeat a narração radiofônica daqueles gols que você marcou contra o Internacional na Vila Belmiro pela Libertadores da América.

Ali, pra mim, tinham sido interrompidos dois sonhos: de ver o Brasil hexacampeão e de ver a sua consagração como craque eu sempre soube que seria. Que prepotência a minha dizer que sabia!

O problema é que hoje,com 26 anos, eu não vejo um jogador mais maduro do que aquele garoto de 18 que brigou com Dorival Jr. É difícil ser Neymar? É. Assim como é difícil ser Messi, ser Cristiano Ronaldo, ser Griezmann ou ser Mbappé e nem por isso esses jogadores tiveram comportamentos como o seu.

Você precisa abrir os olhos depois dessa Copa, por favor.

Por favor, não me faça desistir de você.

Por favor.

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