Bernardinho não está mais. Serginho, líbero e referência da equipe, abandonou as quadras e o novo ciclo olímpico (nomenclatura dada pelos esportes olímpicos aos períodos de quatro anos entre edições dos Jogos Olímpicos) começava com muitas incertezas. Como seria a nova seleção brasileira masculina de vôlei? Conseguiria Renan Dal Zotto dar continuidade a um trabalho de 17 anos cheios de conquistas? O primeiro teste foi aprovado com méritos. Jogando na Itália, a seleção brasileira venceu os donos da casa por 3 a 1 e fechou a 1ª rodada do grupo na Liga Mundial com 7 pontos, após duas vitórias e uma derrota.

Apostando na renovação, mas mantendo os pilares da estrutura que culminou com a medalha de ouro na Olimpíada Rio 2016, a seleção masculina de vôlei viajou para as duas primeiras rodadas da Liga Mundial, neste final de semana na Itália e no próximo na Bulgária. Como era de se esperar, a trajetória brasileira começou dubitativa, com erros típicos de início de trabalho e de falta de entrosamento. Uma derrota nos detalhes para a Polônia, atual campeã mundial, por 3 sets a 2 e uma sofrida vitória sobre o Irã, por 3 a 1 antecederam ao grande jogo do final de semana: uma emocionante e convincente vitória sobre os atuais vice campeões olímpicos na casa do adversário por 3 a 1 mostraram que o caminho está sendo corretamente trilhado.

Com Murilo Radke, Otávio, Rodriguinho e Thales estreando na equipe principal, que conta ainda com jogadores rodados como Bruno, Lucão, Lucarelli e Eder e outros que fizeram parte do anterior ciclo olímpico sem tanto destaque, como Maurício Borges, Maurício Souza e Evandro, o Brasil misturou experiência e juventude, mostrando que o técnico Renan procura implantar seu estilo de jogo aproveitando o trabalho deixado pelo seu vitorioso antecessor, e acima de tudo, conquistando vitórias que tragam tranquilidade a uma equipe ainda em formação. “Quando vencemos, saímos satisfeitos, claro, mas é preciso analisar tecnicamente. Sabemos que ainda temos uma longa estrada para evoluir. Estou muito feliz porque a garotada se empenhou ao máximo o tempo todo, jogamos cada ponto como se fosse o último e esse espírito está muito legal. Além disso, tivemos bons momentos no jogo, algumas oscilações durante o set, mas vamos melhorar” – avaliou o treinador em entrevista ao site globoesporte.com. Destaque do time, Lucarelli concorda com o comandante e afirma “Estamos muito felizes. Precisávamos dessa vitória para continuar dando confiança para este grupo. Estamos trabalhando com mudanças, alguns testes, primeiro ano do Renan também, então é muito importante conseguir essa confiança. Saímos felizes desta primeira fase”. O Brasil ainda terá o retorno dos campeões olímpicos Wallace e Lipe, poupados após as finais da Superliga, além de Raphael, Isaac, Lucas Lóh e Rafael Araújo, cortados da lista final da Liga Mundial mas que permanecem na equipe visando o Sul Americano e a Copa dos Campeões.

A seleção brasileira se preparará nas fases iniciais para as finais da Liga Mundial, para as quais já está classificada por ser o país sede. Os jogos ocorrerão no mês de julho, entre 4 e 8, e num feito inédito, serão disputados num estádio de futebol. A Arena da Baixada em Curitiba será palco do quadrangular final, com uma expectativa de público superior a 30 mil espectadores e a esperança de mais um ciclo de sucesso do vôlei masculino brasileiro.

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