Depois de viver um conto de fadas na temporada passada, nesta o Leicester voltou à sua realidade na Premier League, brigando na parte de baixo na tabela. porém, ao menos por hoje, o espírito da equipe campeã inglesa da temporada passada esteve de volta.

Para enfrentar um Manchester City precisando da vitória para voltar a brigar pela liderança, os Foxes pouparam seus titulares no jogo da Champions League no meio de semana, onde, inclusive, o conto de fadas continua, já que a equipe se classificou em primeiro no grupo G. E foi com todo o gás possível que o Leicester iniciou a partida.

O técnico Pep Guardiola escalou a equipe de Manchester de maneira ousada, com apenas Stones como zagueiro de origem. Sagna foi recuado para atuar na defesa, enquanto Zabaleta seria praticamente um volante pela direita, para Jesús Navas usar o corredor direito. Seria, pois, logo aos dois minutos de jogo, Mahrez ajeitou uma linda bola para Slimani, que deixou Jamie Vardy cara a cara com Bravo. O atacante inglês, que estava há 16 jogos sem balançar as redes pelo Leicester, tratou de acabar com seu jejum.

Atordoado, o Manchester City mal tocou na bola e já sofreu o segundo gol. Fuchs cobrou lateral pra dentro da área, Huth desviou de cabeça, Slimani ajeitou e King pegou um belo chute para fazer dois a zero Leicester, com apenas quatro minutos de partida. Zabaleta voltou para sua posição de origem e Guardiola não parecia acreditar no que estava vendo. O City não conseguia jogar. Aos 20 minutos, o golpe fatal. Em uma jogada típica do time que conquistou o título na temporada passada, Fuchs deu belo lançamento para Mahrez, e o argelino, com um tapa genial, deixou Vardy na frente de Bravo mais uma vez. Drible tranquilo e três a zero para os atuais campeões.

Vadry comemora com Slimani o terceiro gol do Leicester, segundo do inglês no jogo. Foto: Leicester City Football Club / Reprodução Facebook

Vadry comemora com Slimani o terceiro gol do Leicester, segundo do inglês no jogo. Foto: Leicester City Football Club / Reprodução Facebook

A partir dali, o City tentou voltar para o jogo, mas apenas com bolas aéreas e pouca criatividade. Mal parecia um time de Pep Guardiola. Foi assim até a metade do segundo tempo, quando Sterling e Yaya Touré entraram para ainda tentar uma improvável reação. O time melhorou, apesar de ainda abusar dos cruzamentos, mas a tentativa de reação caiu por terra quando Stones entregou a bola para Vardy, que, praticamente sem ângulo, achou um bonito chute. Caprichosa, a bola ainda tocou na trave e passou por poucos centímetros da linha – obrigado, sistema de gol eletrônico. Quatro a zero e um vexame para os Citizens.

Só aos 81 minutos de jogo que o City conseguiu finalizar uma bola no alvo, quando Kolarov cobrou bela falta para diminuir o placar. Nolito ainda fez o segundo, para deixar a derrota menos feia e decretar o resultado final: 4 a 2 para o Leicester.

Para os foxes, fica a esperança de, focado apenas no campeonato inglês até janeiro, atingir a parte de cima da tabela e se manter com tranquilidade na Premier League, nessa temporada tão especial de Champions. Para o City e especialmente para Guardiola, o recado foi dado mais uma vez: sem consistência defensiva no campeonato mais competitivo do mundo, não há como buscar um lugar entre os líderes. Em 15 partidas, apenas em duas o Manchester não foi vazado. Claro que o desfalque de Kompany faz a diferença, mas a defesa de uma equipe tão forte como a do City não pode ficar tão exposta e ser vulnerável como está sendo até aqui. Melhor para Chelsea, Arsenal e Liverpool, que podem se aproveitar deste momento ruim da equipe de Manchester para dispararem na tabela. Os citizens ocupam a quarta colocação, quatro atrás do Arsenal e podendo ficar sete atrás do Chelsea, caso os blues vençam o West Brom amanhã. Já o Leicester foi a 16 pontos, quatro a frente do West Ham, o primeiro na zona de rebaixamento.

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