Na tarde de ontem, dia 05 de agosto, o Corinthians terminou sua campanha no primeiro turno do Campeonato Brasileiro: incríveis 47 pontos conquistados, em 14 vitórias e 5 empates (82,5% de aproveitamento). São 32 gols marcados (apenas um atrás do Grêmio, o melhor ataque) e 9 sofridos (melhor defesa disparadamente). Se os números já impressionam, o jogo contra o Sport foi para coroar e ser a cereja no bolo dessa primeira parte irretocável da campanha.

Apesar de ser um roteiro repetido, mais uma vez ousaram duvidar do Timão de Carille; “ah, mas o Sport faz uma ótima campanha”, “ah, mas o Luxa é experiente e dará um nó tático no novato treinador do Corinthians”, “ah, uma hora o time despenca”. É, essa hora não parece chegar nunca. A equipe que vive diariamente com a desconfiança e se acostumou a “matar um leão por jogo”, entrando em cada partida como se fosse a decisão, provou, mais uma vez, o porque de ser líder disparado e invicto. O que se viu na Arena Corinthians neste 05 de agosto foi uma aula de futebol.

Logo aos 9 minutos, Fagner, que já vinha anunciando que estava nos seus dias endiabrados, chegou até a linha de fundo e cruzou. A bola passou por toda a extensão da área até encontrar o pé esquerdo preciso de Guilherme Arana. Um a zero num começo de partida fulminante do “invictimão”. Romero ainda marcou mais um aos 15, mas o gol foi muito bem anulado pelo bandeirinha.

Com a aplicação tática que lhe é característica, o Corinthians fez um primeiro tempo primoroso. Fechou espaços, não deixou o Sport jogar, foi agudo no ataque  controlou o jogo ao seu ritmo. O mais impressionante: sem cometer NENHUMA FALTA. Como pode o time que “joga feio e ganha no contra-ataque” dominar uma partida e ainda passar 45 minutos sem cometer uma infração? Pois é, conseguem enxergar o quão falho é esse argumento?

Como se não bastasse o show do primeiro tempo, tinha muito mais na segunda etapa. Aos 29 segundos, Rodriguinho recebeu ótimo passe de Maycon (um monstro nessa temporada), avançou livre no meio de campo e acertou um lindo chute no ângulo de Magrão. Um golaço. Encheu os olhos também ver o time não parar de atacar após a vantagem e ainda ampliar com Pedro Henrique, de cabeça.

Após o terceiro tento, o Corinthians relaxou, algo raro neste campeonato, e viu o Sport colecionar oportunidades perdidas com André . Também aplaudiu o gol digno de Puskás do garoto Thallyson. Ao final da peleja, um 3 a 1 merecido, com uma aula dentro das quatro linhas.

O time do futebol feio fez mais gols do que faltas (foram apenas duas cometidas), controlou a partida à sua maneira, criou chances, marcou gols, ocupou espaços e não deixou o Sport em momento algum querer “gostar da partida”. Futebol bonito não é apenas aquele dos dribles, do improviso, dos gols que saem a rodo… futebol bonito também é aquele em que os jogadores sabem o que precisam fazer dentro de campo, jogando como se estivessem dançando uma valsa muito bem ensaiada.

O que o Corinthians faz neste campeonato é um absurdo e deve ser levado como lição. Ensina ao brasileiro que, com padrão tático e obediência, uma equipe teoricamente limitada pode render muito. Ensina ao brasileiro que o bacana do futebol não é fazer gols a qualquer custo. Em termos de números, estatísticas, recordes, organização e também pela bola apresentada, o Timão também mostra o bonito do futebol. Só não aquele do qual estamos acostumados a ver. Talvez, com o bom exemplo dado pelo alvinegro nesta temporada, o 7 a 1 possa mudar de lado em um futuro não tão distante.

Vai Corinthians! Vai Carille! O futebol brasileiro agradece.

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