No mês passado, o Conselho Diretor da Federação Internacional de Tênis (ITF) anunciou mudanças no formato de disputa da Copa Davis, torneio entre países do tênis masculino, a partir de 2018. Os zonais I e II, equivalentes às disputas continentais, passarão a ser disputados em apenas dois dias, com os jogos em melhor de três sets.

No primeiro dia ocorrerão duas partidas de simples e uma de duplas e no segundo mais duas de simples. Se um dos países já fechar o confronto no primeiro dia em três jogos a zero ocorrerá apenas uma partida no segundo dia. Além disso, os capitães poderão contar a partir de agora com cinco jogadores disponíveis para as partidas, sendo que no formato atual de disputa são quatro que podem atuar.

Inicialmente, o Grupo Mundial seguirá com o formato de disputa atual (três dias e jogos em melhor de cinco sets), mas o presidente da ITF, David Haggerty, já disse que se a nova forma de disputa for bem sucedida nas divisões inferiores poderá ser colocada em prática na divisão de elite.

A mudança de formato da Copa Davis é uma reivindicação antiga de vários tenistas da atualidade, como Novak Djokovic e David Ferrer, que há tempos vem reclamando do calendário atual do tênis e deixando de defender seus países nos confrontos do torneio entre países para cuidar do físico e priorizar as competições individuais do circuito, que oferecem maior premiação e pontos para o ranking mundial. Uma competição longa como a Davis só desgasta ainda mais os atletas que já tem um ano bem puxado de competições individuais e era preciso reformulá-la.

Por outro lado, a mudança no regulamento da Davis reflete o pensamento que domina o circuito do tênis internacional atualmente: de patriotismo quase zero e dinheiro acima de tudo. Jogar a Copa Davis e representar o país virou um saco. O tenista só se cansa e tem prejuízos físicos e mentais para a disputa do próximo torneio. Disputar a Davis na época de Guga, Sampras, Agassi era sagrado. A única oportunidade do tênis, um esporte tão individual, ver o coletivo ser decisivo. A participação da torcida era decisiva e marcante em um esporte caracterizado pelo silêncio. Mas os tempos mudaram.

O nome Copa Davis vai continuar existindo e os tenistas jogando a competição. Mas aquela Copa Davis que nós crescemos assistindo, torcendo por Guga e admirando os grandes jogadores  do circuito mundial parece estar, infelizmente, com os dias contados.

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