Americana, quarta-feira, dia 21 de fevereiro. Noite de futebol na cidade. Aliás, noite de Derbi entre Rio Branco e União Barbarense pelo Campeonato Paulista da triste Série A3.

Mesmo assim, uma noite memorável. O interior, na maioria das vezes, é esquecido quando o assunto é futebol. Afinal, as grandes estrelas não estão por aqui.

Mas a paixão pelo futebol sempre fala mais alto e o coração palpita forte no peito. Para rio-branquenses e unionistas, a noite da última quarta-feira foi assim. Quem é do interior ou saiu de lá para a capital sabe o quanto representa o time da cidade e o quanto ele pode fazer mais feliz o dia seguinte de cada partida.

2219 pagantes. Uma renda de quase R$ 30 mil reais.Este foi o público para um dos Derbis mais charmosos do interior paulista, atrás, mas não muito, de Ponte Preta x Guarani, Inter e Independente, ambos de Limeira.

Você pode até pensar que o público foi pequeno, mas a realidade é outra. Estes times não jogam hoje para um público médio de 600 pessoas por jogo. Triste futebol, que para alguns os milhões, já para outros as migalhas de uma paixão doída.

Na arquibancada, poucas crianças para renovar a paixão, e vários “tiozões”, que acompanham o clube do mesmo lugar há, pelo menos, mais de 4 décadas.

As organizadas e seus cantos contra a cidade vizinha são atrativos à parte, que acirram a rivalidade, mas sabendo que depois do jogo, os dois times precisam e muito um do outro.

No pátio, com o público um pouco maior do que o de costume, espetinhos, salgados, pipoca, refrigerante e suco são as opções para o torcedor. Mesmo assim, a reclamação pela famosa cervejinha existe.

E ainda dizem que o futebol não é importante para o interior, que não vale à pena o investimento. Em dia de jogo, o comércio ao redor do estádio deveria borbulhar. Mas esta é uma longa discussão.

A confiança nos diretores atuais dos clubes do interior não é grande. A estrutura oferecida não é das melhores. Tudo isso é verdade, mas não adianta querer gourmetizar tudo no futebol nas terras tupiniquins. Até porque hoje a conta não fecha .

A arquibancada que já recebeu tanta gente, sofre com tantos espaços vazios.  Mas sabe, que com boa gestão e parceria com a cidade, a alegria do futebol no interior pode voltar a ser um pouco do que já foi.

Os jogadores não são mais os mesmos de antes. De Americana, por exemplo, saíram do Tigre Sandro Hiroshi, Mineiro, Macedo, Flávio Conceição, e por outro lado, no União Diego Tardelli, Wilson Gotardo, entre muitos outros.

Não se pode exigir muito de uma série A3, mas o comprometimento com a camisa que está servindo deve se ter o maior respeito independente de qual divisão for.

Depois dessa breve reflexão, em campo o União venceu o Rio Branco, 1 a 0. Complicou a vida do Tigre na A3 e conseguiu respirar um pouco, mas não aliviado totalmente.

De tudo, uma lição ficou da noite de quarta-feira em Americana, o futebol do interior, mesmo que por aparelhos, ainda respira e muito o sentimento pelo futebol.

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