A expectativa era alta. O Brasil venceu e convenceu nos dois anos sob a batuta de Tite. Poucos gols sofridos, muitos gols marcados. Nenhuma derrota em jogos oficiais, sendo que a única, pra Argentina, foi jogando melhor. Por tudo isso, a estreia do Brasil na Copa do Mundo foi decepcionante.

Não apenas pelo resultado. Claro que um empate contra uma Suíça tecnicamente inferior não é legal, mas também não é o pior dos mundos um ponto na estreia contra a sexta colocada no ranking – bem questionável – da FIFA. Preocupante mesmo foi a atuação. As triangulações não aconteceram, com o Brasil jogando muito espaçado. O talento individual então? Aparentemente ficou em Sochi, onde a Seleção está hospedada na Rússia. Tirando o lampejo de Coutinho, num chute com marca registrada, a equipe pouco produziu. Willian foi presa fácil de Ricardo Rodriguez. Neymar, bem marcado, mostrou irritação e afobação. Longe de estar 100%, também demonstrou imaturidade ao querer partir pra individualidade a todo momento, até no campo de defesa brasileiro. Poderia poupar os esforços pro terço final do campo… Marcelo errou viradas de jogo e cruzamentos que dificilmente vemos. Paulinho, salvo a grande chance no primeiro tempo, não marcou nem infiltrou. Nem Jesus salva, muito pelo contrário! Partida pífia do camisa 9.

Atuações individuais que fizeram Tite também se embananar nas substituições. Tentou dar mais mobilidade ao time e melhor saída de bola (além de preservar o amarelado Casemiro) ao colocar Fernandinho. Apenas perdeu na marcação e deixou espaços nas costas de Marcelo. Shaqiri agradeceu e teve campo pra criar boas oportunidades. Tentou melhorar a qualidade no passe e a criação ao tirar Paulinho e colocar Renato Augusto. Também pouco surtiu efeito. Apenas Firmino na vaga de Jesus deu algum resultado, já que o jogador do Liverpool finalizou duas vezes com perigo em dez minutos – mas não foi feliz em ambas.

A ansiedade foi a marca desse Brasil intranquilo, que pareceu esquecer tudo o que fez para chegar na Rússia credenciada como favorita. A confiança, que estava lá no alto, também não apareceu em campo.

Apesar da má atuação, ainda não é tempo de terra arrasada. Uma vitória contra a frágil Costa Rica na próxima sexta-feira deixa a Seleção em posição confortável no grupo. As boas atuações nos últimos anos credenciam técnico e elenco pro brasileiro ficar tranquilo quanto à classificação – e na liderança do grupo. Mas o empate na estreia serve de alerta pra um Brasil que já há dois anos não precisa ligar nem sequer um sinal amarelo.

A Copa do Mundo começou, Brasil. E ela é diferente de tudo no futebol.

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