Depois de não se classificar para os jogos olímpicos do Rio, o nadador desistiu da aposentadoria e vai tentar ressurgir para o mundo da natação

Por Arthur Dourado

Campeão olímpico, Hexacampeão mundial e recordista mundial. Esses são só alguns feitos do maior nadador da história do país. Aos 30 anos, Cielo terá mais um mundial de natação para mostrar um pouco do estilo que fez a bandeira do Brasil subir várias vezes nos pódios. E nesse domingo teremos mais um capítulo nas piscinas de Budapeste.

Nasce uma lenda

Em 2008, com o peito vermelho pelos tapas, um jovem de 21 anos sobe na baliza de uma olimpíada. Ao seu lado, recordistas mundiais e campeões olímpicos. Cielo não quis saber e trouxe a primeira medalha dourada da natação brasileira levando todos os fãs às lagrimas.
Depois da olimpíada de Pequim, o mundo viu um monstro que quebrou recordes, ganhou vários títulos até que o escândalo de doping em julho de 2011 abalar a carreira do nadador brasileiro.

Doping e fracasso na olimpíada de Londres

Em 1º de junho de 2011, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos divulgou que nos exames anti-dopagem de César Cielo, durante o Troféu Maria Lenk, foi encontrada a substância furosemida, um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping que pode ser usado para mascarar o consumo de outras substâncias. Cielo e os outros nadadores alegaram contaminação cruzada de um suplemento de cafeína. A CBDA aplicou apenas uma advertência.

O atleta foi muito criticado pela torcida e por outros nadadores. Nas olimpíadas de Londres em 2012 Cielo não conseguiu ir para o pódio nos 100 metros livres e ficou com a medalha de bronze na prova em que era recordista mundial e favorito. O escândalo de doping estavam pesando nos ombros do atleta.

O retorno do rei

​Mundial de Barcelona, em 2013, Cielo sobe na baliza sob vaias para retomar sua coroa, e foi exatamente o que ele fez, nadando com raiva e força, conseguiu duas medalhas de ouro. Era o tri campeonato mundial nos 50 metros livre e o bi-campeonato nos 50 metros borboleta. Para quem saiu com a carreira acabada nas olimpíadas, era a volta por cima perfeita para quem almejava uma conquista dourada na olimpíada do Rio 2016.

Seu último brilho nas piscinas foi no mundial de piscina curta de Doha em 2014. No Quatar, o brasileiro foi peça fundamental para a melhor participação do Brasil em mundiais com vários recordes nos revezamentos e ganhando a prova dos 100 metros livre.

Decepção olímpica

O capítulo final dessa história seria coroado com uma medalha dourada em casa. Mas a preparação para os jogos não foi como o nadador queria. Várias lesões atrapalharam na preparação e Cielo ficou em terceiro na seletiva para os jogos, ficando de fora da competição que o consagraria em seu país. O campeão sentiu o golpe e depois dessa enorme decepção, a aposentadoria era certa. Era um final melancólico para um dos maiores atletas do Brasil.

Mais um retorno

Em fevereiro de 2017, Cielo voltou aos treinos, em entrevista ao globoesporte.com, disse que sofreu muito nos primeiros treinamentos, e disse que agora não sente tanto a pressão como sentiu na seletiva olímpica.
Além de nadar sua especialidade a prova dos 50 metros livre, na qual tem a nona melhor marca do ano e não deve brigar pelo titulo, o nadador voltará a nadar o revezamento 4×100 metros livre, onde o Brasil tem o segundo melhor tempo do mundo. E tem chances reais de medalha. A prova acontece no próximo domingo.
Teremos o retorno de um dos maiores atletas do Brasil, ao invés de cobrarmos mais medalhas vamos apreciar o que pode ser o ultimo ato do tenor. Afinal não é todo dia que um recordista mundial cai na água.

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