Aloha! Mahalo. Palavras sagradas oriundas de um dos arquipélagos mais incríveis e remotos do planeta.

Uma nação que vive o surfe fundamentado como um estado de espírito, revelado em seu próprio nome: Ha (Inspiração), Wai (água), I (Divino) ou simplesmente HAWAII.

Tente soletrar respirando calmamente, quase sussurrando: ‘‘HA…’’, depois inspire completando com ‘‘WAII…’’. Continue, até sentir-se sereno e pacífico, como as ondas que vem do homônimo Oceano.

Mais do que uma forma de saudação e agradecimento, respectivamente, Aloha e Mahalo são efeitos singulares, expressados em palavras vindas da alma.

É assim que começamos esse texto, como uma forma de agradecimento à quem dedicou e ainda dedica sua vida a um dos esportes mais vivaz que possa existir. Um agradecimento à Mick Fanning.

O ícone e tricampeão Mundial de surfe anunciou na última quarta-feira (28/02/2018) sua aposentadoria da liga mundial de surfe após o término da segunda parada da WSL, na tradicional etapa de Bells Beach (Austrália), praia – e lar – onde tudo começou, sendo sua primeira vitória no circuito mundial, em 2001, disputando na época com a façanha de ser convidado.

O surfista que também ganhou destaque por ser protagonista de quase uma tragédia nas ondas de J-Bay (Africa do Sul), onde sofreu um ataque de tubarão, em 2015, na final do Circuito, disse em nota que além de Bells Beach disputará a prova na Gold Coast, na primeira etapa do ano, em seu país.

Com alma de havaiano, o australiano escreveu uma longa carta emocionante em uma das suas redes sociais agradecendo seus pais, amigos e fãs que sempre estiveram ao seu lado durante toda sua carreira, desabafando que ama o jogo mas que não consegue mais manter seu ritmo, motivação e dedicação requeridas para competir por títulos, decidindo então, que era hora de parar e buscar novos desafios para sua vida e no próprio surfe.

Junto à outras grandes lendas do surfe como Kelly Slater, Andy Irons, Tom Curren, entre outros, Mick deixa gravado seu nome na história do esporte, não somente por ser um dos atletas mais surreais dentro das águas, mas também por ser um cara boa praça, simpático e amigos de todos, aonde quer que passe. A cara do surfe.

Além de seus três títulos (2007, 2009 e 2013) da World Surf League, Fanning venceu 22 etapas do Circuito – a ultima em 2016, em Jeffreys (Africa do Sul) –  se tornando uma lenda viva, além de ser uma inspiração para grandes nomes da nova geração como Gabriel Medina e o atual bicampeão John John Florence, fazendo com que o esporte crescesse, junto à seus colegas, chegando em um nível máximo: os Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020.

Em uma forma mais sincera de agradecimento, só nos resta desejar uma profunda gratidão traduzida em palavra,  à quem sempre nos presenteou com o seu melhor, dentro e fora d’água, com uma das mais genuínas expressões havaiana: Mahalo, Mick Fanning!

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