Acabou. Com gostinho de início. Não há nesse mundo chamado esporte um ser humano só que não acordou nesta segunda feira com aquela sensação de ressaca moral, mental e emocional, mas aquela ressaca que você tem depois de algo fantástico que acabou de acontecer na sua vida, do qual você guarda amor, orgulho e saudade, mas muita saudade.

Os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro demoraram mais de 7 anos para sair de anúncio e tornar-se um evento de fato, direito e paixão. Nesse período, duas vidas se criaram sobre a principal: a dúvida e a ansiedade. Os mais pessimistas (ou realistas) temiam pela falta de estrutura, por falhas técnicas ou até inferências maléficas. Os que veem o copo meio cheio, enchiam o peito para celebrar o maior acontecimento da terra em seu quintal. Entendiam o quão histórico seria o evento. E foi.

17 dias de competições, de emoções e história maravilhosamente intensas, tensas, chorosas e fascinantes. De ouro. De prata. De bronze. Ou mesmo os cuja medalha está cercada de superação, de uma primeira vez, de uma classificação impensada, de uma derrota para comemorar. O convívio olímpico vai muito, mas muito além de um símbolo físico de condecoração.

Silva, Schimidt, Wu, Grael, Jr, Jesus, Barbosa, Resende, do Brasil. Nomes que poderiam ser o de cada um de nós, nomes que somos todos nós. Nomes que levam o sobrenome Brasil a um nível mágico de conquista. Foram todos os outros que poderiam fazer parte deste seleto time de vitoriosos, mas que o são de outras formas, naturalmente.

O mundo certamente notou que nossa maior imagem está escancarada: o Brasil e seus viventes são fabricados de pura paixão. A vaia é música, é a versão irradiada de desejar, de amar e de torcer. Não escondemos o que sentimos, expomos em vitrine iludida de brasileirice. Somos a flor da pele e não disfarçamos, temos orgulho. E raiz é o maior bem que um povo tem.

Mais do que nunca, o Brasil mostrou seus rótulos festivos e festeiros, mostrou suas músicas típicas da cidade e da favela, do pobre e do rico, num só tom, numa só classe. O brasileiro não é só improviso, não, é muita organização, é muita colaboração, é muito entusiasmo e capacidade. As Olimpíadas do Brasil estão no hall dos maiores eventos que o mundo já viu. Que o Bolt viu; que o Phelps viu, que a gente viu. Orgulhe-se! Fizemos história.

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