por João Rafael Venâncio

 

Na manhã de sábado, 07, o FC Bayern bateu o Ingolstadt, pela 33ª rodada da Bundesliga pelo placar de 2 a 1 e conseguiu a sua 26ª salva de prata, o troféu do campeonato alemão.

Parece ser uma notícia normal, certo? Comentários como “Qual é a graça?”, ou “Será que o torcedor ainda comemora?” são feitos em tom de desdem por alguns brasileiros e pessoas de outros locais do mundo que acompanham futebol europeu (lê-se inglês ou espanhol e que só acompanham o torneio germânico de longe).

A graça é que a temporada foi marcante para o clube. Apesar de mais um final melancólico, o clube bávaro obteve grandes marcas dentro de 15-16. Algumas delas:

  • Primeira vez na história que um clube conquista a Bundesliga;
  • O clube chegou às 1000 vitórias na Bundesliga, marca que ninguém jamais havia atingido;
  • Müller e Lewandowski combinaram para mais de 70 gols na temporada;
  • Se contarmos apenas a era Pep Guardiola, um clube não conquistava três títulos consecutivamente desde o triênio 98-2001, quando o próprio Bayern alcançou a honraria. Na época, a equipe ainda chegou até duas finais de Champions, vencendo uma e perdendo outra.

Li muitos, muitos textos, falando que o legado de Guardiola dentro do Bayern seja o estilo de jogo, ou a evolução de jogadores como Boateng e Neuer. Porém, pra mim, o que mais ficou notório, foi a retomada hegemonia nacional. Hoje, com tudo feito, pensa-se que foi fácil. Porém, o Bayern vinha apanhando bastante. Werder Bremen chegou a competir com o clube bávaro em tempos passados, Wolfsburg e Stuttgart já levaram a taça nos últimos 10 anos e, mais recentemente, o Borussia Dortmund, que ainda terá sua honrosa temporada em texto no Linha, é o principal candidato a tomar o título do “bicho-papão” dos pseudo-analistas do futebol.

Jupp Heynckes e Pep Guardiola elevaram o patamar do futebol bávaro e o colocaram no topo alemão e não há previsão para que ele saia de lá. Com os treinadores, o clube tornou-se praticamente invencível na competição nacional em seus domínios.

Na inesquecível temporada 2012-2013, Jupp Heynckes teve apenas uma derrota na Allianz Arena no torneio nacional, contra o Bayer Leverkusen, no começo do campeonato.

Na primeira temporada de Pep Guardiola, o alemão deu seu recado: 90 pontos na competição, perdendo apenas um jogo na Allianz Arena. Derrota por 3 a 0 para o Borussia Dortmund, quando o torneio já tinha campeão definido. Equipe ia com um time bem alternativo, já que teria uma decisão contra o Real Madrid, na fase semifinal da UEFA Champions League daquela época.

Em 2014-2015, com vários problemas de lesões durante a temporada, o clube obteve 5 derrotas na competição, porém apenas duas delas em casa. Uma para o Borussia Mönchengladbach, que sempre é um adversário duro para o Bayern e outra para o Augsburg, por um a zero, no último momento do jogo.

Na atual temporada, apenas uma derrota em casa no torneio. Contra o Mainz 05, os comandados de Pep Guardiola perderam por 2 a 1.

 

Com certeza, Pep decepcionou no Bayern. Com toda a expectativa, estrutura e material humano que tem, esperava-se um desempenho internacional melhor (lê-se: título da Champions). Por diversas situações, não conseguiu. Por falhas próprias ou por um elevado número de desfalques, o treinador não obteve o titulo.

Entretanto, deixa entregue a Carlo Ancelotti um FC Bayern consolidado nacionalmente. Cabe a ele, agora, a consolidação europeia. Ancelotti sabe como vencer uma Champions e é o treinador que mais lembra a filosofia de jogo que Jupp Heynckes, treinador eternizado pelo clube, pregava dentro de campo. Guardiola tem mais dois jogos dentro do clube, podendo deixar mais uma taça em mãos bávaras: a DFB-Pokal, no dia 21/05, contra o Borussia Dortmund, no Estádio Olímpico de Berlim.

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