Anunciado na tarde desta quarta feira (29) como novo técnico do Palmeiras, Roger Machado chega ao Palestra Itália com a dura missão de levar o milionário time do Palestra Itália de volta ao caminho das conquistas em 2018. Aos 42 anos e já em seu terceiro grande clube (antes passou por Grêmio e Atlético Mineiro), o treinador gaúcho chega não credenciado pelos títulos que ganhou (tem apenas um Campeonato Mineiro com o Atlético) e sim pelo desempenho em campo mostrado até aqui em sua curta carreira e tendo que superar as desconfianças da torcida alviverde por não ser um técnico “cascudo” e não apresentar ainda resultados expressivos.

Parte da nova geração de técnicos que parou de jogar nos anos 2000, Roger é conhecido pelo perfil “estudioso”. Lê muitas obras sobre futebol, assiste partidas dos mais variados campeonatos e está sempre disposto a fazer cursos e buscar as mais variadas maneiras de estar se aperfeiçoando como técnico e antenado com o que há de mais moderno em relação ao futebol praticado no mundo.

Em campo, suas equipes põem em prática essas ideias. As equipes de Roger precisam ser organizadas para atacar e defender. O treinador é adepto da compactação, na qual as linhas defensivas devem estar as mais próximas possíveis e quando a bola está com o adversário o defensor deve fazer pressão para recuperá-la. Roger gosta da marcação por zona e precisa corrigir as falhas em jogadas aéreas, já que em seus trabalhos anteriores era comum a equipe adversária marcar gols originados de escanteios e faltas.

No ataque, o treinador gaúcho é adepto da posse de bola o maior tempo possível, com toques curtos e rápidos para criar espaços na defesa do adversário. A criação das jogadas de ataque sempre começa com uma dupla de volantes técnica. Um conceito que Roger gosta é a amplitude – quando dois jogadores ficam bem abertos para espaçar a defesa adversária. O treinador também gosta de utilizar um atacante móvel no comando de ataque – o falso 9 – que dá maior liberdade de movimentação para quem vem de trás. Foi assim que Luan começou a se destacar no Grêmio.

No Tricolor Gaúcho, Roger foi bem-sucedido com seus conceitos. Terminou o Brasileirão de 2015 em terceiro lugar e foi demitido no ano passado, após queda da Libertadores e início ruim no Brasileirão. Já no Galo, jogadores veteranos e falta de peças para executar as propostas de jogo prejudicaram o trabalho em 2017.

No Palmeiras, Roger vai encontrar condições favoráveis para colocar em prática seus conceitos de futebol em 2018. Contará com volantes de boa qualidade técnica na saída de bola e no passe, como Felipe Melo e Tchê Tchê, vai ganhar Lucas Lima e ainda tem Guerra e Moises para armação das jogadas e jogadores rápidos e dribladores que atuam do lado do campo para poder explorar a amplitude (Dudu e Keno).  Além disso, por não ser um time tão veterano quanto o Atlético Mineiro e contar com alguns jogadores jovens a pressão na saída de bola e a recomposição defensiva devem ser “apenas” questões de treinos e ajustes.

Se além de bom técnico, Roger conseguir ser um bom gestor de grupo dentro de um elenco numeroso como o do Palmeiras terá grandes chances de fazer a torcida perder a desconfiança e levar o Palmeiras de volta ao caminho dos títulos.

 

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