Por André Bastos

Quando o relógio girou, marcando meia-noite do dia 8 de julho de 2017, três anos se completaram – pelo menos até a data de construção deste texto. Assim, passaram-se 1096 dias, 28286 horas, segundos que são incontáveis.

Mas dentre tantos números, dois deles machucam até hoje o torcedor da Seleção Brasileira desde o fatídico 8 de julho de 2014: 7 e 1; 7 a 1. Na semana mais triste do futebol canarinho, relembramos o capítulo mais vexatório da história do país mais vencedor do futebol. Dentro de sua casa, no maior torneio de seleções do esporte.

Embora tenha sofrido derrotas tão ruins quanto a da semifinal da Copa do Mundo em 2014 – a Seleção, por exemplo, já levou 6 a 1 e 6 a 0 de seus vizinhos Argentina e Uruguai, respectivamente –, nenhuma delas tem o mesmo impacto como o massacre no Mineirão.

Primeiro pela competição na qual tudo ocorreu. Único pentacampeão mundial, a Seleção se classificara para a Copa por receber o torneio. Sendo assim, não participou das Eliminatórias. De competição preparatória, disputou apenas a Copa das Confederações um ano antes e encheu o torcedor de alegria com o título e uma atuação deslumbrante contra a Espanha no Maracanã.

O segundo fator é acerca de atuações. Na fase de grupos contra Croácia, México e Camarões, dificuldades nos três jogos, apesar da liderança. Porém, jogando como anfitrião e mesmo com um elenco abaixo em relação a outros concorrentes, havia a expectativa de uma atuação histórica diante dos alemães, apesar de classificações heroicas porém já preocupantes sobre Chile – no mesmo palco aonde ocorreria o atropelo – e Colômbia.

Para deixar o clima ainda mais carregado, a lesão de Neymar no duelo contra os colombianos deixou a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari ainda mais limitada.

Foto: Pedro Ugarte/AFP/Getty Images

Fechando, o terceiro fator já fala do trágico duelo. Além do obscuro intervalo de tempo de seis minutos – entre o segundo gol aos 23’ ao quinto, marcado aos 29’ -, os 58.141 torcedores presentes ao Mineirão, além dos milhões de brasileiros que acompanharam a partida viram Klose se tornar o maior artilheiro das Copas ao passar um brasileiro em sua própria casa: 16 gols do alemão contra os 15 de Ronaldo.

O histórico tento marcado pelo centroavante desencadeou a chuva de gols marcados por Kroos, Khedira e Schürrle ante a um Brasil totalmente entregue. Müller já havia aberto o placar. Coube a Oscar marcar o 1 que deixou apenas mais emblemático o vexatório placar.

Robert Cianflone/Gettu Images

Os números podem ser variados, mas todos remetem a um lugar e a uma tristeza para o torcedor brasileiro. Pior é pensar e ter a convicção de que tais números poderiam ser ainda piores se o sentimento de piedade não tivesse adentrado aos corações do time alemão dentro daquele dia.

 

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